Minha foto
Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

“É um caminho longo que está a começar”

Co-fundador de startup que criou plataforma online para consultas e exames mais baratos sem mensalidades acredita que este modelo é o futuro.

Foi em Londres, onde Frederico Baptista esteve algum tempo emigrado, que a ideia germinou. Em pleno pico da crise económico-financeira em Portugal, com vontade de regressar ao país, Frederico e o sócio Tiago Mendonça começaram a pensar nas necessidades da população portuguesa que estavam por satisfazer.

Com familiares a enfrentar problemas de saúde e dificuldades para conseguir resposta célere no Serviço Nacional de Saúde, os dois equacionaram a hipótese de avançar com um projecto que permitisse aceder a serviços mais baratos, eliminando as mensalidades dos seguros e cartões de saúde. Começaram a bater à porta das clínicas, mas não foi fácil.

“Nos primeiros meses, foi muito complicado, as pessoas desconfiavam, só os mais vanguardistas aceitavam”, recorda Frederico, 28 anos, formação em gestão. Devagar, porém, foram conquistando terreno e, de uma facturação de 50 mil euros em 2014, a FacultaTempo passou para cerca de “50 mil euros por mês”.

Agora, a startup já ganhou prémios de inovação e Frederico, que alega ter avançado com o primeiro sistema online de marcação de consultas médicas e exames sem mensalidades, diz ter rejeitado propostas de compra de “quatro grandes empresas”, incluindo o grupo Odisseias. “Avisaram-me logo na altura que, se não comprassem, iam avançar com um projecto próprio. Diziam ter mais mercado e mais conhecimentos”, conta. Uma aventura que vai abordar no livro As Mentiras do Empreendedorismo, que se prepara para lançar no dia 18 em Lisboa, e em que se propõe desvendar “o lado real da criação de uma empresa em Portugal”, porque há “muitos mitos”.

Quase três anos após o lançamento da FacultaTempo, diz que agora vende uma média de 100 vouchers por dia e que tem 80 mil clientes registados. O preço das consultas de especialidade até baixou entretanto, de 38 para 35 euros (só a psiquiatria é mais cara, 41 euros).

Uma alternativa para quem não tem seguros ou cartões de saúde, a FacultaTempo acaba por funcionar também como um complemento para quem os tem porque oferece consultas a preços mais baixos noutras especialidades muitas vezes não disponíveis nos seguros, como a psicologia, a nutrição e a terapia da fala (à semelhança, aliás, da Saúde Livre) e que custam 22 euros. Também é possível marcar exames, como raios X, colonoscopias, ressonâncias magnéticas.

A maior parte dos clientes são mulheres porque são elas que fazem as marcações para os restantes membros da família, os filhos, os pais, diz o co-fundador da startup que continua instalada no edifício da incubadora de empresas do Taguspark.

Quanto aos outros projectos, como a Saúde Livre e a campanha da Deco, Frederico defende que este é um processo natural. “Os cartões de saúde vão ser tendencialmente gratuitos no futuro”, acredita o gestor para quem este é “um caminho longo que ainda agora está a começar”.

Fonte: PUBLICO.pt