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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Menino de 10 anos morre após receber anestesia para fazer exame

Caso aconteceu em Feira de Santana, a 100 km de Salvador.
Criança morava em Utinga e viajou só para fazer o procedimento.


Um menino de dez anos morreu depois de receber anestesia para fazer um exame de ressonância magnética em uma clínica de Feira de Santana, cidade baiana distante cerca de 100 km de Salvador. O caso aconteceu na segunda-feira (19). Os pais da criança registraram ocorrência na delegacia e a Polícia Civil vai investigar o que aconteceu.

A criança morava em Utinga, município localizado na região da Chapada Diamantina, e distante cerca de 300 km de Feira de Santana. Conforme a família, o garoto viajou só para fazer esse exame, que custou R$ 1.430. Os familiares do menino ainda não sabem o que provocou a morte dele. Os pais aguardam o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para saber o que provocou a morte da criança. O prazo é que o documento fique pronto em 45 dias.

A lavradora Gesibel Lemos da Mota, mãe do menino Gilberto, relatou que ela e o filho chegaram à clínica, onde o procedimento foi feito por volta das 8h30. Em seguida, segundo Gesibel, uma enfermeira fez uma espécie de entrevista para saber se o garoto tinha algum tipo de alergia. A mãe disse que não tem conhecimento de nenhuma rejeição do garoto a medicamentos e relatou que ele tomava remédio controlado.

De acordo com a lavradora, logo depois da conversa com a enfermeira, a criança foi sedada para passar pelo exame. "Aplicaram a sedação nele, depois ele começou a ficar molinho, depois ele começou a ficar sem ar. Aí os médicos tentaram reanimar ele, mas não conseguiram", relatou Gesibel.

Conforme a mãe, o garoto Gilberto já tinha passado por uma cirurgia no olho e outra no braço e não teve problemas. "Ele já fez um exame do olho, que ele tinha catarata congênita, fez cirurgia e não aconteceu nada. Fez uma cirurgia há pouco tempo do braço, que quebrou brincando de bicicleta, graças a Deus não aconteceu nada. Veio acontecer simplesmente aqui, em uma simples ressonância. Vim trazer meu filho para fazer um exame para saber o que ele tem realmente e perdi meu filho", lamenta a lavradora.

Gilberto era o único filho de Gesibel e do marido. "Meu filho era a alegria da minha casa, era tudo na minha vida", disse.

A família informou que o garoto tinha dificuldade para falar, problemas de visão e raciocínio lento, por isso o médico que acompanhava a criança solicitou uma ressonância magnética do crânio. Conforme a o pai de Gilberto, o lavrador Gildásio Martins, foi o próprio neurologista que indicou a clínica em Feira de Santana onde o procedimento foi feito.

Em nota, a clínica onde o caso aconteceu informou que o exame de ressonância magnética com sedação anestésica é realizado de forma rotineira e que qualquer procedimento feito sob indução anestésica tem riscos.

Ainda em nota, a unidade médica afirma que, durante o exame, a criança apresentou um quadro de parada cardiorrespiratória e que, imediatamente, os profissionais da clínica fizeram todos os procedimentos para tentar reanimar o garoto, mas não conseguiram. Segundo a clínica, não houve uso das substâncias conhecidas como "contraste" e isso afastaria a hipótese de uma reação alérgica.

O garoto Giberto será enterrado às 15h, na cidade de Utinga, onde morava com a família.

Fonte: Globo.com