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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 13 de abril de 2010

SC: Médico opera o pé bom no lugar do ruim

Estudante de Direito de Orleans, de 28 anos, afirma que foi vítima de erro médico em Tubarão

Há cerca de um mês, o estudante em Direito Gianfelippe Bastos Bianco, 28 anos, vive a expectativa de ver o resultado de uma cirurgia feita no pé direito. O problema é que esse não é o pé lesionado, mas sim o esquerdo, que nem foi tocado pelo médico no centro cirúrgico.
Morador de Orleans, no Sul do Estado, ele esperou três anos para reparar a lesão ocasionada por uma entorse, provocada por um tombo. Após procurar por médicos especialistas na região, escolheu consultar-se com um profissional em Tubarão. De acordo com Gianfelippe, tudo correu bem até terminar o procedimento. Enquanto se recuperava no hospital, o médico o procurou. Durante a conversa foi certificar-se de que o pé a ser tratado era o direito.
– Perguntei se estava brincando. Tentei levantar meu pé esquerdo e consegui. Quando vi o direito, levei um susto, ainda estava meio anestesiado. Vi que ele colocou as mãos na cabeça e saiu – descreve Gianfelippe.
Na semana passada, o jovem procurou uma clínica em Criciúma para se submeter a uma ressonância magnética para descobrir quais as consequências da cirurgia feita no pé direito. O médico teria dito ao paciente que fez uma limpeza na articulação do tornozelo. E se desculpou.
– Todos os exames foram pagos, não fiz nada pelo plano de saúde ou SUS. Mas após o erro, o médico preferiu me isentar dos custos da cirurgia e propôs fazer a correta. Não aceitei.
A última conversa que Gianfelippe teve com o médico foi dia 18 de março, para tirar os pontos da cirurgia. Ele teria dito ao paciente de que não seria necessário fazer fisioterapia e que a recuperação é rápida.
– Pelo calendário está sendo rápida, estou começando a largar as muletas. Para mim é uma eternidade – lamenta Gianfelippe, que nos últimos dias tem como atividades internet e televisão, em vez dos compromissos no escritório de advocacia do pai.
Gianfelippe e a família dizem que ainda estão “comedidos” quanto a como proceder diante da falha médica. Preferem aguardar a recuperação do rapaz. A família também decidiu preservar o nome do médico.
O presidente do Conselho Regional de Medicina de SC, José Francisco Bernardes, afirma que só vai se manifestar quando houver denúncia formalizada ou se alguma notícia chegar ao conhecimento do Cremesc através da imprensa e for analisada por um núcleo preparado para isso.


Contraponto
O que diz o médico:

- O médico ortopedista que fez a cirurgia em Gianfelippe preferiu não ser identificado. Admitiu o erro e explicou que houve um equívoco de posicionamento do paciente na maca, o que o induziu ao erro.
- Em vez de estar com lado esquerdo do corpo voltado para baixo, para melhor absorção da anestesia, o paciente estava com este lado do corpo virado para cima. Conforme o médico, quando ele entrou no centro cirúrgico, Gianfelippe estava preparado e anestesiado para a cirurgia.
- O ortopedista ressalta que verificou os exames e o prontuário do paciente antes do procedimento e viu que o pé a ser operado era o esquerdo. Mas em razão do posicionamento, “foi automático” no pé que estava virado.
- O médico alega que encontrou uma pequena inflamação no tornozelo direito, o que acredita ter ajudado a não perceber o erro no momento da cirurgia. Ele só se deu conta que teria errado quando preencheu a descrição da cirurgia no prontuário, ao final do atendimento.


Fonte: Ana Paula Cardoso – Diário Catarinense