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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Médico vai responder por morte após lipoaspiração em Fátima do Sul

O cirurgião geral é apontado como responsável pela morte de Cristiane Medina Dantas, 24 anos

A juíza de Fátima do Sul, Ana Carolina Farah Borges da Silva, acatou denúncia contra o médico Alexsandro de Souza, acusado por homicídio doloso. O cirurgião geral é apontado como responsável pela morte de Cristiane Medina Dantas, 24 anos. Ainda não é possível afirmar o número de mais vítimas do profissional, mas cinco pessoas já acionaram a Associação das Vítimas de Erro Médico.

A advogada da entidade, Giovanna Trad, irá na próxima semana às cidades de Fátima do Sul e Naviraí, para fazer os levantamentos que serão usados pela entidade contra o Alexsandro. Até agora, o caso de Cristiane é o mais grave. Ela não resistiu à lipoaspiração feita pelo profissional em junho de 2008. Ela foi submetida à cirurgia na clínica montada pelo médico em Fátima do Sul, e faleceu seis dias depois. Atualmente, a unidade médica está fechada.

O MPE (Ministério Público Estadual) ingressou com Ação Civil Pública para impedir que o médico operasse no local. A clínica não atendia às normas para funcionamento e o médico não é habilitado para a realização de cirurgias plásticas. A especialidade de Alexsandro de Souza é cirurgia geral e, por este motivo, não pode realizar procedimentos como este. No entanto, desde 2007 ele faz cirurgias plásticas.

A estimativa é que pelo menos 100 pessoas tenham sido operadas pelo profissional. Ele atuava em Fátima do Sul, Naviraí, Juti e Dourados. Ela analisa impetrar ação indenizatória por danos morais e materiais. Vimos que a situação é grave. Tem muita vítima e muita gente que não denuncia, diz o presidente da entidade, Waldemar Moraes Souza.


Marcas - As marcas deixadas após as cirurgias só poderão ser reparadas com outras operações. No entanto, nem todas as vítimas têm dinheiro. Eu juntei tudo o que eu tinha e fiz a operação. Sabe o cofrinho, que você vai colocando de moedinha em moedinha, desabafa a dona-de-casa Josefa Francisca dos Santos, 48 anos. Em junho de 2008, ela fez uma operação para reduzir o tamanho dos seios e colocou uma prótese na clínica do médico. Josefa conta que o objetivo era corrigir imperfeições causadas por três gestações. Ele acabou com meus sonhos, diz a dona-de-casa.

Os seios ficaram com tamanhos diferentes e flácidos. Dois meses depois da primeira operação, ela foi submetida a outra cirurgia, que não resolveu o problema. À época, o médico cobrou R$ 4 mil pela cirurgia. O valor seria pago em parcelas e, como não ficou satisfeita, pagou R$ 1 mil menos. Depois de se livrar da crise depressiva decorrente da operação, a dona-de-casa ri do que aconteceu. Já sofri tanto com isso. Agora dou risada. Agradeço a Deus por estar viva, finaliza.

Já uma comerciante de 50 anos, que pediu para não ser identificada, revela que o problema não é o dinheiro que terá de investir para fazer as cirurgias reparadoras. Ela afirma que tem medo de ser operada novamente. Agora só se for com um médico bom, afirma. Em março de 2006, ela fez abdominoplastia, para eliminar excesso de pele, também causado pela gravidez. Logo quando foi retirar os pontos, percebeu o problema e reclamou ao médico. Fiquei com três cicatrizes e sem umbigo, revela.

Alexsandro de Souza afirmou que a cicatriz melhoraria, o que não ocorreu. Ela procurou o médico por várias vezes e só o que recebeu foram promessas. Agora, nem pelo telefone ele atende a paciente, que pagou R$ 4 mil pela operação feita na sala de uma clínica alugada pelo médico. A vítima explica que Alexsandro era o único médico que fazia cirurgia plástica na região e que a diferença de preços não era tão grande. ``Paguei quase o mesmo preço que pagaria atualmente para um médico de confiança``, detalha. A comerciante conta que tem vergonha de mostrar o corpo, ou seja, o resultado foi justamente o contrário do esperado. Se vou à praia, não coloco biquíni, diz. Ela foi a primeira a procurar a Associação de Erro Médico para denunciar o caso. Fiz isso não pelo dinheiro, mas para que ele não faça mais isso com ninguém, revela. A comerciante encorajou as outras mulheres que são assistidas pela entidade.

Na tarde de domingo (11) o site Campo Grande News ligou para o celular do médico Alexsandro de Souza, mas ele não atendeu.

Fonte: Campo Grande News