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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Quando o rendimento familiar diminui, aumenta a obesidade

PORTUGAL
DGS apresentou ontem relatório sobre alimentação saudável que revela que 10% da população portuguesa é obesa

A obesidade atinge 1 milhão de adultos em Portugal e 3,5 milhões são pré-obesos. São os principais resultados de um relatório apresentado ontem pela Direcção-Geral de Saúde que revela números preocupantes nos mais novos: cerca de 15% das crianças entre os 6 e os 9 anos são obesas e mais de 35% sofrem de excesso de peso. As questões socioeconómicas parecem ter uma influência decisiva neste problema. "Quando o rendimento familiar diminui, aumenta a prevalência da obesidade", resumiu Pedro Graça, director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.

Na apresentação do relatório "Portugal: Alimentação Saudável em Números 2013", o especialista Pedro Graça defendeu que existe uma relação entre o nível económico e a obesidade. As limitações no acesso aos alimentos são preponderantes para a existência da obesidade: os produtos que fornecem muita energia a baixo custo são mais acessíveis e beneficiam de campanhas publicitárias muito fortes, o que acaba por fazer com que cheguem mais facilmente às pessoas mais carenciadas e com menor grau de instrução, logo, com menor capacidade para evitar o seu consumo, sustentou. A idade e o grau de instrução são também factores importantes: "As pessoas de mais idade e com menos escolaridade sofrem mais com a obesidade", constatou Pedro Graça.

De resto, o relatório da DGS mostra que a média de consumo diário de vegetais na sopa aos 6 meses de idade atinge os 96% e no que toca a fruta, os números indicam que mais de 92% das crianças nesta idade consomem-na diariamente. No entanto, as boas práticas alimentares nos mais novos aparecem ao lado de dados menos positivos: numa base diária, mais de 10% das crianças com 18 meses têm acesso a sobremesas doces e 18% a refrigerantes sem gás.Existe quase um equilíbrio no que toca à distribuição do excesso de peso entre crianças do sexo masculino e feminino, embora com prevalência para os rapazes: 34% entre os 6 e os 9 anos apresentam excesso de peso, 18% estão num estado de pré-obesidade e mais de 15% são obesos. Os números relativos a raparigas ficam uns pontos percentuais abaixo: 30% têm excesso de peso, mais de 16% são pré-obesas e cerca de 13% atingiram a obesidade.

A percentagem diária da toma do pequeno-almoço durante a semana é de 89% nas crianças que frequentam o 6.º ano de escolaridade, mas desce para os 71% nos jovens do ensino secundário. O consumo de refrigerantes faz o percurso inverso - à medida que se sobe de escolaridade, sobe a percentagem de consumo semanal deste tipo de bebidas.

A modificação nos hábitos de consumo, com o aumento da ingestão de gorduras e proteínas de origem animal, associada ao sedentarismo, favorece a incidência de obesidade. Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, referiu que o consumo de sal e a densidade energética dos alimentos constituem um problema que origina outros: "A obesidade por si só é doença e factor de risco para outras doenças, como problemas cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial".

O problema da obesidade resolve-se com apoio profissional integrado no Serviço Nacional de Saúde, acredita Alexandra Bento. Neste momento, existem cerca de 100 profissionais ligados à nutrição nos cuidados de saúde primários do SNS. Alexandra Bento defende um aumento para 200. Fernando Leal da Costa, secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde, respondeu que o ministério pretende criar condições para aumentar o número de profissionais: "Não ignoramos que ainda temos algumas falhas que têm que ser colmatadas".

Fonte: www.publico.pt