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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Profissionais do Mais Médicos serão atores de peso em eleições municipais

*Por Eduardo Scolese

Qual será o impacto eleitoral do programa federal Mais Médicos nas próximas eleições? Na disputa presidencial do ano que vem, ainda uma incógnita. Já nos pleitos municipais de 2016, um ingrediente certo, com alguns desses médicos bolsistas como atores políticos de peso.

Na corrida ao Planalto, o programa de Dilma que começa a levar médicos às periferias da capitais e aos municípios do interior tende a ter um efeito indireto, como o do Luz para Todos, e não direto, como no Bolsa Família.

O efeito indireto é aquele focado na propaganda de rádio e TV e no convencimento dos não beneficiados, já que no Mais Médicos de Dilma e no Luz para Todos de Lula os atendidos representam pequena parcela do eleitorado.

O caso do Bolsa Família é diferente. O programa atende 50 milhões de brasileiros, significa o almoço e o jantar de homens, mulheres e crianças, e o cartão usado para sacar o benefício tem estampados: "Brasil, um país de todos" e "governo federal".

Com efeito incerto no pleito federal, nas eleições de 2016 esses médicos bolsistas, inclusive os estrangeiros, estarão no centro das batalhas municipais pelo interior.

Não existe parcialidade nas disputas nos grotões. Em tempo de eleição, a cidade costuma se dividir em dois campos, com perseguições e agressões de lado a lado. E os médicos estarão no meio desse fogo cruzado.

De um lado, o prefeito atrás da reeleição buscará o apoio desse profissional, com imenso poder de influência no tête-à-tête com pacientes.

Assim como já faz com outros programas federais, atribuirá a presença daquele único médico, o primeiro em anos a se fixar ali, à articulação política da prefeitura com o Ministério da Saúde e com deputados da região.

De outro lado, a oposição ao prefeito também buscará o apoio do médico local. Mesmo sem poder cumprir, o candidato oposicionista dirá ao bolsista do Mais Médicos e aos eleitores que usará sua influência com outros políticos do Estado e de Brasília para melhorar a estrutura dos postos de saúde e trazer novos médicos ao município.

Em meio a essas disputas que lembram os históricos Pires x Camargos (SP) e Montes x Feitosas (CE), esses médicos que chegam agora aos postos de saúde do interior podem ter um futuro parecido ao do cubano Josué Matos.

Ele chegou ao Brasil em 1997, num dos primeiros grupos de médicos de Cuba que trabalharam no país, atuou no interior de Roraima, se casou com uma brasileira e decidiu entrar na política. Hoje é prefeito de Mucajaí, cidade a 60 km da capital Boa Vista.

Fonte: Folha Online