Ao ver outra mulher com bebê 'parecido' com seus outros filhos, ela entrou com ação; testes descobriram que bebês tinham sido trocados em hospital.
Duas mães na Argentina recuperaram suas filhas biológicas após terem sido vítimas de uma troca de bebês no mês passado em um hospital na província de San Juan, no noroeste do país.
A advogada María Lorena Gerbeno, de 37 anos, contou ao jornal Clarín que teve a intuição de que segurava a filha de outro casal antes mesmo de voltar para casa.
"Estava muito angustiada e disse a meu marido: nosso bebê foi trocado", relembra a advogada, que deu à luz no dia 30 de setembro, no Sanatório Argentino.
Dias depois ela voltou ao hospital para uma consulta de rotina e teve uma nova intuição ao ver uma mãe, chamada Veronica, segurando um bebê na sala de espera.
"Sabia que aquele era o meu bebê. Parecia ter o peso que deveria ter a minha filha e se parecia com os meus outros filhos quando eram recém-nascidos", disse.
"Naquele tarde acordei chorando, angustiada. Sabia que aquela era minha filha e que não a tinha em meus braços", recorda.
Teste de DNA
Segundo a agência AFP, enfermeiras teriam dito a Verônica, logo depois que ela deu à luz, que seu bebê pesava 2,9 quilos. No entanto, quando a entregaram a menina momentos depois, disseram que ela pesava 3,7 quilos.
"Eu disse que meu bebê era mais leve, mas insistiram que eu tinha entendido errado. Nunca obtive as respostas".
As suspeitas de María Lorena a levaram a fazer um teste de DNA no dia 15 de outubro, que confirmou que o bebê que tinha levado para casa não era sua filha biológica.
María Lorena e o marido entraram com uma ação na Justiça para tentar encontrar sua filha verdadeira. De acordo com informações fornecidas pelo hospital, cinco bebês nasceram no dia 30 de setembro, entre os quais três meninas.
Novos testes de DNA foram realizados com as outras duas famílias e ficou provado que o bebê de María Lorena tinha sido trocado com o de Veronica Tejada.
Na segunda-feira, as duas famílias puderam finalmente trocar os bebês.
O Sanatório Argentino emitiu um comunicado dizendo que se solidariza com as famílias envolvidas no caso e que assume a responsabilidade pelo ocorrido.
As mães dizem que cogitam processar o hospital.
Fonte: Globo.com
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.