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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Família acusa hospital de negligenciar atendimento a idosa em Natal

De acordo com a assessoria, desde o momento da internação até o falecimento, a aposentada permaneceu no setor de reanimação do hospital

No segundo dia da greve dos servidores da saúde estadual e às vésperas do início da greve dos médicos, marcada para começar na próxima quinta-feira, a situação no pronto-socorro Clóvis Sarinho (Hospital Walfredo Gurgel) é caótica. Pacientes esperando atendimento há mais de dez horas, macas espalhadas pelos corredores e funcionários de braços cruzados ilustram a crise na saúde. Além de todo o caos, a família de uma aposentada de 72 anos, falecida na manhã de ontem, acusa o hospital de negligência médica.

Maria das Dores de Souza Alves deu entrada no hospital no último domingo acometida por um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico grave. O filho da aposentada, Eliaquino Martins de Souza,35 anos, afirmou que ao chegar na unidade na manhã de ontem sua mãe estava sem nenhuma assistência na UTI e os médicos se negaram a verificar o quadro clínico da paciente quando solicitados. ``Quando cheguei lá, os aparelhos em que ela estava ligada estavam desligados e não tinha ninguém com ela``.

Eliaquino diz que chamou um médico, ``mas ele disse que não iria atender e continuou sentado``. Ele contou ainda que um outro médico afirmou que ali não era o local adequado para a aposentada estar, já que, segundo ele, ela precisaria de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O motorista, porém, mostrou à nossa reportagem a ficha da mãe, onde constava que ela estava na UTI.

A assessoria de imprensa do hospital informou que a ficha apresentada por Eliaquino é uma ficha padrão para o visitante ter acesso ao hospital e que não significa necessariamente que o paciente está na UTI. De acordo com a assessoria, desde o momento da internação até o falecimento, a aposentada permaneceu no setor de reanimação do hospital.

Inconformado, Eucana Martins de Souza, outro filho de Maria das Dores, culpou os médicos pela morte de sua mãe. ``Eu chamei eles e eles não quiseram nem saber da minha mãe``, disse se referindo aos residentes que estavam na UTI ouvindo explicações dos professores.

Morte cerebral

Um médico do pronto-socorro que preferiu não se identificar afirmou que, quando a família chegou para a visita, a paciente já tinha sofrido a parada cardio respiratória e nada poderia ser feito. Segundo ele, a aposentada já apresentava sinais de morte cerebral, mas isso não pode ser constatado oficialmente porque o protocolo de morte encefálica que inclui a realização de dois exames clínicos e um gráfico não chegou a ser concluído.

Fonte: Luan Xavier e Fernanda Zauli, do Diário de Natal