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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sábado, 26 de junho de 2010

Dentistas investem em mordomias para driblar medo dos pacientes

Tratar fobia de dentista com acupuntura ou hipnose é coisa do passado. Para afastar a ansiedade que a maioria sente antes da consulta, os profissionais usam a tecnologia e a boa e velha conversa.

"Cerca de 70% dos pacientes se sentam na cadeira com medo, desconfiados de tudo", afirma o cirurgião-dentista Luís Calicchio, sócio do Ateliê Oral, na Vila Nova Conceição, São Paulo.

É aí que entram itens como internet sem fio, TV a cabo, DVDs e cadeiras massageadoras. Aos poucos, esse aparato está mudando o cenário dos consultórios dentários.

"A tendência agora é um cuidado especial e humanizado, para ganhar a confiança dos pacientes", explica o dentista Fábio Bibancos.

Bibancos instalou na sua clínica 13 televisores com DVD em cadeiras de atendimento. O controle-remoto fica nas mãos do paciente.

Quando o dentista inicia o atendimento, o televisor acompanha o movimento da cadeira. Assim, a pessoa não perde nada na tela.

A mesma estratégia é usada pelo dentista John Hyun Won, que tem consultório nos Jardins. Seus pacientes desfrutam de uma esteira massageadora na mesma cadeira de atendimento onde está acoplada a TV com DVD.

A coleção de DVDs de Hyun Won ultrapassa 400 títulos. "Tenho musicais, filmes, o que a pessoa quiser. Relaxa o paciente e não me atrapalha em nada", diz.

Na clínica de Bibancos, há também um setor de massagens manuais para quem faz tratamentos longos.

"Muitos chegam para a consulta e dizem que têm medo. Na verdade, o que existe é o desconforto de ficar com a boca aberta enquanto alguém cutuca uma região sensível", diz Bibancos.

Empatia e eficácia

Para a atriz Josiane Wolski, 40, esse mimo funciona. Ela nunca se sentiu confortável na cadeira do dentista, mas, depois de ter a língua ferida e a boca queimada, o medo virou coisa séria.

Um dia, depois de tomar a anestesia, seu coração disparou e a pressão subiu. O problema se repetiu, até que ela decidiu trocar de dentista.

Na nova clínica, foi orientada a ouvir um cardiologista e entendeu que a taquicardia era causada pelo medo e pela ansiedade.

Antes da primeira consulta no seu dentista atual, recebeu drenagem facial para aliviar a tensão e facilitar a ação da anestesia.

"Massagem, música de fundo, cama gostosa, tudo é preparado para eu ficar mais relaxada. Ajuda muito", diz.

O ambiente, que não se parece com um consultório, também tem seu papel. "É um lounge maravilhoso, com uma árvore linda, café, computadores. Parece que você está num barzinho", afirma Josiane. De olho na TV, diz que mal vê a consulta passar.

Emil Adib Razuk, presidente do conselho de odontologia de São Paulo, diz que é difícil, hoje, alguém não se tratar por medo. "Com uma boa conversa, o profissional ganha a empatia do paciente. Na base da confiança, o medo desaparece."

Fonte: Folha Online