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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Plano terá limite de tempo para atender paciente

Operadoras terão que comprovar capacidade de prestar assistência

Em 60 dias, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) deve publicar uma norma regulamentando um prazo máximo para que os beneficiários de planos de saúde sejam atendidos por seus convênios. O órgão regulador vai também exigir que os planos de saúde enviem relatórios comprovando que suas redes credenciadas são capazes de prestar um bom atendimento a todos os clientes.
Ontem, o deputado estadual Délio Malheiros (PV) e o promotor de Defesa do Consumidor do Ministério Público de Minas Gerais (MPE), Édson Tenório, estiveram em Brasília e levaram à ANS um relatório com dados para comprovar a insuficiência das redes das seguradoras de saúde. O documento foi entregue ao diretor de Normas e Habilitações de Operadoras da agência, Alfredo Luiz de Almeida Cardoso. A ANS confirmou as informações do deputado
De acordo com Malheiros, a norma do tempo de espera valerá para todo tipo de serviço prestado, desde marcação de consultas e cirurgias até tempo de espera nos prontos-atendimentos.
``A pessoa não pode passar cinco horas esperando no pronto-atendimento ou demorar um mês ou mais para marcar uma consulta``, diz. Segundo o deputado, há um ``overbooking`` no setor.
A fonoaudióloga Érica do Carmo Gomes já passou por isso. ``É comum demorar até três meses para conseguir um horário com o médico``, conta. Ela diz que, mesmo após tanta demora, ainda é raro ser atendida no horário marcado. ``Sempre fico esperando no consultório``, diz.
Érica já foi cliente de mais de uma operadora de plano de saúde, mas acha a qualidade do atendimento é ruim em todas elas.
De acordo com dados da ANS, a rede particular de saúde do Brasil tem 0,8 leitos para cada mil habitantes, menos da metade do que é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A rede pública tem 1,9 leito para cada mil habitantes. Ambos estão abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 2,5 a três leitos para cada grupo de mil habitantes.
Reclamações. No início do mês, O TEMPO publicou reportagem mostrando que a espera nos hospitais credenciados pelos planos de saúde pode ser maior que no SUS. Insatisfeitos, os segurados procuram os órgãos de defesa do consumidor, como o Procon de Belo Horizonte, que neste ano já registrou 279 queixas contra as empresas. Durante todo o ano passado, foram 833 reclamações e 450 multas aplicadas às seguradoras.
Segundo a coordenadora do órgão, Maria Laura dos Santos, para registrar a queixa, o usuário só precisa apresentar os documentos pessoais e o contrato com o plano. ``O ônus da prova é do fornecedor do serviço. Nesse caso, o plano de saúde. A empresa precisa provar que está correta``, diz.

Setor é lider em reclamações
Enquanto os usuários de plano de saúde reclamam do serviço, a receita das operadoras de saúde cresce. De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), entre 2005 e 2009 a receita cresceu 71%, chegando a R$ 62, 333 bilhões no ano passado. No mesmo período, o número de segurados nos planos aumentou 22%. Até o final do ano passado, 42, 856 milhões de brasileiros eram segurados.
Em 2009, pelo décimo ano consecutivo, os planos de saúde lideraram o ranking de reclamações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), com quase 23% do total. O item ficou à frente até de setores que sempre figuram entre os mais reclamados pelo consumidor, como telefonia, cartões de crédito e serviços bancários.
Além do tempo de espera, que se enquadra no item “serviços ruins em termos de qualidade” da lista de reclamações, os consumidores se queixam também de reajustes abusivos e negativas de cobertura.

Fonte: Ana Paula Pedrosa – O Tempo