PF deteve em dez Estados e no DF 46 suspeitos de integrar sete bandos que fraudavam vestibulares
A Polícia Federal prendeu ontem ao menos 46 pessoas suspeitas de integrar sete quadrilhas que fraudaram vestibulares de medicina em 45 instituições do país. Os casos foram em 2010 e 2011, mas algumas atuavam havia mais de dez anos. As fraudes custavam até R$ 80 mil, diz a PF, e os lucros atingiam R$ 500 mil por vestibular.
Os ``clientes`` recebiam até treinamento sobre como usar equipamentos eletrônicos e se comportar na prova para não levantar suspeitas. Entre os chefes das ações havia empresários, médicos e fazendeiros, com ``patrimônio gigantesco``.
A Operação Calouro buscava cumprir 70 mandados de prisão e 73 mandados de busca e apreensão em dez Estados e no Distrito Federal após 18 meses de apuração: GO, MG, ES, RJ, SP, TO, RS, AC, MT e PI. Os nomes dos presos não foram divulgados.
``PILOTOS``
Os vestibulares eram fraudados de duas formas. Numa delas, ``pilotos`` faziam a prova no lugar dos candidatos, usando documentos falsos. Essa opção custava ao ``cliente`` de R$ 45 mil a R$ 80 mil.
Na outra, ``pilotos`` respondiam rápido as questões para enviá-las por mensagens de celular ou ponto eletrônico. Custo: R$ 25 mil a R$ 40 mil.
Os ``pilotos`` eram geralmente alunos de medicina, ganhavam por gabarito feito (R$ 10 mil) ou por candidato aprovado (R$ 5.000 cada). Havia também os ``corretores``, que ``vendiam`` a oferta de fraudes a vestibulandos. Muitos deles eram profissionais da área de saúde.
A maioria das fraudes ocorria em vestibulares de instituições privadas, entre elas PUC-Pelotas (RS), Anhembi Morumbi (SP), Estácio de Sá (RJ), Centro Universitário de Maringá (PR) e PUC-Campinas (SP).
Segundo delegado Leonardo Damasceno, chefe do núcleo de inteligência do Espírito Santo, as faculdades não participaram das fraudes e auxiliaram na investigação.
Os acusados serão indiciados sob suspeita de formação de quadrilha, falsidade ideológica, falsidade documental, fraude em vestibular e lavagem de dinheiro. Nenhum ``cliente`` foi preso. As apurações apontaram universitários beneficiados, disse o delegado, mas esse trabalho se intensificará agora. ``Eles certamente serão indiciados.``
A PF informará às faculdades os identificados, e caberá a elas adotar providências, como expulsá-los. Para médicos já formados, será preciso comunicar outros órgãos, como o Ministério da Educação.
Fonte: Folha de S.Paulo / JACYARA PIANES
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.