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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

CRM investigará médico

Caso a comissão do CRM comprove infração ao Código de Ética Médica

O Conselho Regional de Medicina (CRM) abriu sindicância para apurar se houve negligência do médico Sérgio Puttini durante quatro cirurgias, de vesícula, refluxo e esôfago de Barret coordenadas por ele, entre 2000 e 2012. Os procedimentos levaram à morte dos pacientes, após sofrerem hemorragia e infecção generalizada decorrentes de complicações pós-operatórias. Caso a comissão do CRM comprove infração ao Código de Ética Médica, Puttini poderá ser punido com até cinco sanções: advertência confidencial em aviso reservado; censura confidencial em aviso reservado; censura pública em publicação oficial; suspensão do exercício profissional até 30 dias; e cassação do exercício profissional.

O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) também iniciou investigações sobre a conduta do cirurgião especialista em aparelho digestivo. Após reunião com parentes das vítimas, na última sexta-feira, o titular da Promotoria de Justiça Criminal da Defesa dos Usuários do Serviço da Saúde (Pró-Vida), Diaulas Ribeiro, decidiu que estudará a trajetória estudantil e profissional de Puttini. “O que chama a atenção nesse caso é o conjunto da obra. Quando juntamos o que há na vida profissional dele, pensamos que alguma coisa está errada”, avaliou o promotor.

Os parentes das quatro vítimas acreditam que Puttini será punido. “Estamos bastante acreditados depois da reunião com o promotor (Diaulas)”, afirmou Wanessa Fernandes Ferraz, 29 anos, filha da advogada Cibele Fernandes Alves Araújo, morta aos 51 anos (leia quadro). Cibele foi internada em 22 de julho de 2009 para ser submetida a uma cirurgia na vesícula. Em 16 de setembro, a paciente não resistiu às complicações cirúrgicas.

O caso mais recente é o da professora Marlene Pereira de Medeiros Vieira. Em 6 de novembro, a servidora pública da Secretaria de Educação do DF deu entrada no hospital também para operar a vesícula. No dia seguinte, recebeu alta. Em casa, a professora se queixou de dores e de dificuldades para comer e dormir durante sete dias. “Diariamente, o marido dela ligava para o Sérgio (Puttini), e ele continuava dizendo que era normal”, lembra a psicóloga Janaína Medeiros, 35 anos, sobrinha de Marlene. A mulher morreu em 11 de janeiro em decorrência de hemorragia interna.

Infecção

A cirurgia do marido da microempresária Dilma Genaína Souza da Silva Morais, 32 anos, o auditor fiscal da Vigilância Sanitária Cláudio Morais, estava marcada para 30 de junho de 2011, mas o paciente, de 46 anos, morreu antes de ser operado. Segundo Puttini, a equipe médica foi surpreendida por problemas de coagulação do paciente. “Esse detalhe não foi constatado durante o exame pré-operatório do Claúdio”, afirmou o cirurgião, em entrevista ao Correio, na última sexta-feira.

Já a professora Edima Fernandes morreu aos 37 anos, em 2001. Ela foi operada em novembro de 2000, mas não resistiu a uma infecção generalizada, seis meses depois. Ontem, o Correio tentou entrar em contato com o cirurgião e o escritório de advocacia que o representa, mas, até o fechamento desta edição, nenhum deles retornou a ligação.

Fonte: Correio Braziliense / THALITA LINS - Colaborou Luiz Calcagno