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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Privacidade de doadores de DNA em risco

Pesquisadores dizem que mesmo quando as informações são armazenadas em bancos sigilosos, é possível descobrir quem são os voluntários

Usando apenas um computador com acesso à internet, uma equipe de pesquisadores do Instituto Whitehead, em Cambridge, conseguiu identificar aproximadamente 50 indivíduos que submeteram o material genético para estudos científicos. Preocupados com a privacidade de participantes de pesquisas que envolvem o DNA, eles confirmaram que, mesmo quando as informações são armazenadas em bancos de dado sigilosos, é possível descobrir quem são os voluntários. “Esse é um importante resultado, que aponta para potenciais falhas na manutenção da privacidade em estudos genômicos”, disse Yaniv Erlich, principal autor do artigo, publicado na revista Science.

A equipe de Erlich começou analisando marcadores genéticos únicos que se repetem no cromossomo Y de homens cujo DNA foi coletado pelo Centro de Estudo do Polimorfismo Humano, conhecidos como Y-STRs. Eles também investigaram a identidade por trás de 100 amostras que foram sequenciadas e tornadas públicas pelo Projeto Genoma. Como o cromossomo Y é transmitido de pai para filho, da mesma forma que o sobrenome das famílias, há uma forte relação entre o sobrenome de uma pessoa e o DNA contido no cromossomo Y.

Reconhecendo essa ligação, companhias de genealogia e genealogia genética têm oferecido acesso público a bancos de dados que armazenam Y-STRs identificados pelo sobrenome do doador do DNA. Em um processo conhecido como inferência de sobrenome, a equipe de Erlich conseguiu descobrir o nome de família dos homens que submeteram seu Y-STRs a esses bancos de dados. Com os sobrenomes em mãos, os pesquisadores foram atrás de outras fontes de informação, como buscadores da internet, obituários, sites genealógicos e dados demográficos públicos do Instituto Nacional de Ciências Médicas de Nova Jersey. Dessa forma, conseguiram identificar quase 50 homens e mulheres que tiveram os genomas sequenciados pelo Centro de Estudo do Polimorfismo Humano.

“O que mostramos é que, por exemplo, se seu tio mandou o seu DNA para um banco de dados de genealogia genética, você pode ser identificado”, disse Melissa Gymerk, primeira autora do artigo da Science. “Na verdade, mesmo o seu primo de quarto grau, que você nunca conheceu, pode identificar você se o DNA dele estiver no banco de dados, desde de que o parentesco de vocês venha da linhagem paterna.” De acordo com Erlich, os pesquisadores precisam informar os participantes de estudos de que a privacidade deles pode ser violada. “Também esperamos que nosso artigo resulte em algoritmos de segurança melhores, assim como um incremento na legislação, que ajude a mitigar alguns dos riscos descritos”, concluiu.

Fonte: Correio Braziliense