PORTUGAL
Directora de banco público único no país apela à ajuda de mais dadores.
Setenta crianças nasceram graças aos óvulos e espermatozóides doados ao Banco Público de Gâmetas, que iniciou funções há cinco anos e poderia ajudar mais casais a serem pais se contasse com mais dadores.
"Gostaríamos que a afluência de dadores e dadoras fosse maior", disse à agência Lusa Isabel Sousa Pereira, responsável por este banco público, sediado na Maternidade Júlio Dinis, que pertence ao Centro Hospitalar do Porto.
Ainda assim, o banco tem respondido de uma forma imediata aos ciclos de Procriação Medicamente Assistida (PMA), com recurso a sémen de dador, realizados no Centro de Procriação Medicamente Assistida do Centro Hospitalar do Porto (CPMA-CHP).
Já em relação aos ciclos com recurso a doação de gâmetas femininos, existe uma lista de espera de dois anos, um tempo que os responsáveis do banco gostariam de diminuir.
Desde que abriu portas, a 2 de Maio de 2011, e até ao final de 2015, candidataram-se a dadores de sémen 100 homens, dos quais 22 viram o seu material utilizado. As candidatas femininas foram 132, tendo 25 efectivado a doação dos seus óvulos.
O Banco Público de Gâmetas realizou 298 envios de gâmetas masculinos e 32 de óvulos para ciclos de PMA realizados pelo CPMA-CHP. Isabel Sousa Pereira reconhece que o objectivo do Banco Público de Gâmetas é enviar material para todo o país e não apenas para os casais seguidos no CPMA-CHP.
Desde 2011, nasceram 70 crianças através deste material doado por "candidatos benévolos" que, "por algum motivo, estão sensibilizados para a importância da PMA e da possível necessidade de recurso a doação de gâmetas".
Na origem da necessidade de recorrer a gâmetas de dador estão situações de azoospermia (ausência de espermatozóides), no caso masculino, e falência ovárica prematura, nas mulheres.
Isabel Sousa Pereira referiu que não tem existido promoção do Banco Público de Gâmetas, no sentido de promover as dádivas, considerando-as "importantes". "É notório o aumento do número de candidatos sempre que há notícias sobre este tema", adiantou.
Por resolver continua a falta de gâmetas de raça negra. "Não tivemos, desde a abertura, qualquer candidato masculino de etnia negra", disse, adiantando desconhecer "o motivo" para esta ausência.
Atenta a esta falta de dadores, a Associação Portuguesa de Fertilidade anunciou em Abril que vai lançar uma campanha para doação de óvulos e espermatozóides junto das universidades e associações de estudantes, por considerar que aqui existe "um elevado número de pessoas com potencial para se tornarem dadores".
A campanha, que começará brevemente, consistirá na afixação de cartazes e na distribuição de folhetos explicativos do processo, contando-se actualmente 104 faculdades e institutos politécnicos que já aceitaram divulgar a campanha juntos dos seus alunos.
A presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade, Cláudia Vieira, sublinhou que "há muitos casais que precisam da doação de gâmetas (óvulos e/ou espermatozóides) para conseguirem concretizar o sonho de serem pais".
"Estes casais apenas podem contar com o altruísmo de outras pessoas, que aceitam doar os seus gâmetas", disse. "É um primeiro passo para abordar esta questão, que ainda levanta tantas dúvidas à sociedade em geral. O que queremos é que as pessoas percebam que este é um gesto altruísta, que ajudará um casal a concretizar o sonho de uma vida", acrescentou.
Fonte: PUBLICO.pt
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.