*Por Fernando Carbonieri
Um dos maiores problemas da classe médica. Aqui listamos 10 caminhos para você esgotar-se e entrar na estatística como mais um médico em burnout.
O burnout do médico talvez seja um dos maiores males da profissão. Assunto presente em diversos congressos é agora de preocupação de alguns poucos gestores hospitalares e é um tema que não podemos parar de discutir.
Esse é um problema mundial atrelado a cargas horárias muito grandes, condições hostis de trabalho, falta de progressão de carreira e pela miséria humana observada diariamente nos hospitais.
Após ler sobre o assunto em um dos maiores blogs para médicos no mundo (KevinMD), resolvi trazer os 10 passos para você torrar a sua mente e entrar na estatistica por ser mais um médico com burnout.
1. Pare de cuidar de você. Sempre ha um paciente a mais que você pode atender. Sempre irão aparecer novos medicamentos para você aprender a usar; Adicione a isso necessidade dos seus filhos, dos seus pais que estão envelhecendo e de seu companheiro(a). Então seu tempo para você rapidamente vai a zero. Quer ficar cansado rapidamente? Pare de fazer exercícios. Coma depressa. Durma pouco e mal. Não estabeleça os seus objetivos. Perca os primeiros passos de seus filhos, as consultas médicas de seus pais, aniversários e você estará rapidamente percorrendo o caminho para o burnout.
2. Aceite as decisões de outros na sua profissão. Seus pares irão atuar de forma egoísta e você não pode mudar isso. Atente-se em mudar os seus colegas de profissão e você, em pouco tempo estará com o cérebro frito.
3. Agarre-se à ideia de que você acredita ter controle sobre a sua agenda e as decisões sobre a seus compromissos não serão lógicas para ninguém.
4. Seja sempre lembrado por estar em dia com suas burocracias médicas. Caso isso não aconteça, deixe isso ir para o travesseiro contigo. Leve o trabalho para casa, para a maioria de suas noites.
5. Isole-se dos colegas saudáveis, das conferências, congressos e outras oportunidades de crescimento profissional. Rodeie-se de pessoas que odeiam seus trabalhos. Trate seus colegas do hospital de forma autoritátia.
6. Espere que os pacientes sejam lógicos e pensem como você pensa. Espere que pessoas façam mais do que elas podem. Julgue as pessoas e as decisões que elas tomam.
7. Corra durante o dia todo. Não conecte-se com pacientes e seus familiares. Esqueça seus nomes e lembre-se deles apenas pelas patologias que apresentam.
8. Tome como certas as informações que você aprendeu em anatomia e fisiologia. Esqueça os milagres que testemunhamos diariamente. Esqueça aqueles que trilharam o caminho da medicina antes que nós, aqueles que dedicaram a vida perseguindo a medicina, a inteligência e o trabalho duro de outras pessoas.
9. Seja rígido e resiliente mais do que aquele que enxerga a oportunidade em expectativas inesperadas.
10. Culpe-se pelos seus erros. Aja como se fosse inaceitável você errar e como se isso fosse uma falha moral gravíssima caso isso ocorra. Não fale sobre isso com seus pares. Não se perdoe. Questione seus talentos e acredite que você nunca deveria ter feito medicina.
Como você puderam ver a lista é dura, mas o caminho para aqueles que seguem esses “conselhos” é um só : BURNOUT e depressão.
Fonte: academiamedica
Espaço para informação sobre temas relacionados ao direito médico, odontológico, da saúde e bioética.
- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.