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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Polícia ouve 2 diretores de hospital sobre mortes após ressonância

Depoimentos estão marcados para esta segunda-feira (6) em Campinas.
Perfluorocarbono foi confundido com soro durante exames no Vera Cruz.


A Polícia Civil ouve nesta segunda-feira (6) dois diretores do Hospital Vera Cruz, em Campinas (SP), onde três pacientes morreram após fazer exames de ressonância magnética em janeiro deste ano. Pelo menos seis pessoas darão depoimento nesta nova fase da investigação, onde serão avaliadas as responsabilidades individuais dos funcionários da unidade médica e da clínica Ressonância Magnéticas Campinas (RMC).

Os depoimentos dos dois diretores terão a presença do promotor do Ministério Público (MP) Carlos Eduardo Ayres de Farias, que está no caso desde a apreensão do perfluorucarbono, composto usado em ressonâncias magnéticas da região pélvica e que foi injetado por engano na veia dos três pacientes, segundo o inquérito policial. O produto foi apreendido pela Polícia Civil apenas em abril, porque não foi encontrado quando o setor deste tipo de exames do hospital foi lacrado, logo após as três mortes.

A polícia concluiu que uma falha humana resultou nas mortes. Uma auxiliar de enfermagem, de 20 anos, preparou uma solução com o perfluorocarbono, aplicada por outras duas profissionais, nas vítimas. Ela pode ter sido induzida ao erro, de acordo com os delegados responsáveis pelo caso, já que os produtos têm aspectos semelhantes e a RMC reutilizava bolsas de soro para guardar a substância usada indevidamente. Sem identificação, os materiais ficavam em gavetas diferentes.

Clínica se manifesta
A clínica Ressonância Magnética Campinas divulgou nota, no dia 30, para esclarecer como utiliza o perfluorocarbono. Segundo a RMC, a substância é usada desde 2005, mas somente em aplicações externas. A clínica informou que o perfluorocarbono é usado exclusivamente em ressonância magnética da próstata com bobina endorretal e em exames com “determinadas estruturas anatômicas superficiais”. O líquido é injetado no interior de um balão de látex para auxiliar nos procedimentos.

Uso em outros hospitais
De acordo com a clínica, o perfluorocarbono é usado em outros hospitais e universidades nacionais e internacionais. Além disso, a RMC rebate a informação do Ministério Publico do Trabalho (MPT) sobre possíveis irregularidades nos contratos dos funcionários, alegando que mantém treinamentos periódicos.

Alerta
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um comunicado a todas as vigilâncias sanitárias do país para pedir maior rigor na fiscalização a clínicas de serviço de diagnóstico por imagem. Em nota enviada no dia 26, a assessoria do órgão explicou que o produto não tem uso na medicina e por isso não tem - e nem poderia ter - registro na agência.

Estudo
Os delegados responsáveis pela investigação também avaliam possíveis irregularidades em um estudo realizado entre 2002 e 2010 no Hospital Vera Cruz, em Campinas (SP), com 1,2 mil exames de ressonância magnética que tiveram uso da substância perfluorocarbono nos equipamentos. O trabalho experimental foi conduzido pelo médico Adilson Prando, sócio da empresa responsável pelos exames na unidade, foi anexado ao inquérito.

O caso
Três pessoas morreram no dia 28 de janeiro deste ano após exames de ressonância magnética no hospital particular Vera Cruz. Entre as vítimas estão a administradora de empresa Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, que deixou uma filha de 4 anos. Também morreu o paciente de Santa Rita de Cássia, o zelador Manuel Pereira de Souza, de 39 anos, casado e pai de uma filha de 6 anos. O terceiro paciente é Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos.

Fonte: Globo.com