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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Portugueses só vão ao dentista quando a dor aperta, procura diminuiu 30%

PORTUGAL

Rastreio de cancro oral vai arrancar com rede de 240 dentistas que avaliarão casos suspeitos enviados por médicos de família

Os portugueses estão a ir cada vez menos e cada vez mais tarde ao médico dentista. Em quatro anos, diminuiu em cerca de 30% a procura de consultas e tratamentos dentários, foi anunciado esta quinta-feira, Dia Mundial da Saúde Oral.

Desde o início da crise (2008) até 2012 houve uma quebra da ordem dos 30%, calcula o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, que se baseou nos dados das declarações de IRS de uma amostra de clínicas dentárias para chegar a este valor. “As pessoas fazem o mínimo. Resguardam-se para as situações de maior aperto, dor, grande desconforto”, lamenta o bastonário. Resultado? “É um barato que sai caro. Implica mais dor, mais patologia, mais absentismo e até extracções de dentes que seriam evitáveis”, diz.

Mas não se pense que é só a população mais carenciada que é afectada pela crise, isso também se está a reflectir na classe média. “Como desapareceram ou diminuiram uma série de deduções fiscais [com despesas de saúde], deduções essas que constituíam uma válvula de escape [porque uma parte dos gastos era posteriormente recuperada], também isso teve um impacto, sobretudo na classe média”, interpreta Orlando Monteiro da Silva.

Esta quinta-feira, vai ser anunciado, pelo ministro da Saúde, o arranque de um programa de prevenção, rastreio e tratamento do cancro oral que conta já com uma rede de 240 médicos dentistas, os quais serão responsáveis pela avaliação de casos suspeitos enviados pelos médicos de família, explica o bastonário. Em casos, por exemplo, de mancha, lesão, sangramento, dificuldade em engolir, os médicos de família referenciam para esta rede e os dentistas, caso se justifique, pedem uma biópsia, que será realizada no IPATIMUP, a entidade que venceu o concurso público para o efeito. Até ao final do ano está prevista a realização de cinco mil biópsias.

Quanto ao programa de saúde oral desde há anos no terreno – que disponibiliza cheques-dentista a crianças, grávidas e idosos –, esse é “um sucesso”, "é muito importante em termos de saúde pública, mas não é suficiente", defende o bastonário. “Não tratamos uma parte significativa dos grandes problemas, a cárie dentária e a doença do osso e das gengivas, que afectam 90% das pessoas”, sustenta.

Fonte: www.publico.pt