*Por Pedro Alexandre (cirurgião plástico)
As novas gerações estão cada vez mais habituadas a pesquisar em sites através de seus computadores. Essa forma de pesquisa cômoda e rápida por meio da internet apresenta, porém, a desvantagem de não garantir a veracidade das informações obtidas, especialmente numa área extremamente complexa, como a cirurgia plástica, e de dar a falsa impressão de tudo ser bem mais simples do que realmente é
Vivemos na era da informação em que o acesso a ela é amplo e instantâneo nas mais variadas áreas do conhecimento. As novas gerações estão cada vez mais habituadas a pesquisar em sites através de seus computadores. Essa forma de pesquisa cômoda e rápida por meio da internet apresenta, porém, a desvantagem de não garantir a veracidade das informações obtidas, especialmente numa área extremamente complexa, como a cirurgia plástica, e de dar a falsa impressão de tudo ser bem mais simples do que realmente é.
A quantidade e variedade de textos, depoimentos, fotos e vídeos disponíveis sobre cirurgias plásticas desmistifica os procedimentos cirúrgicos e faz com que o pesquisador leigo, até inconscientemente, se sinta "um pouco cirurgião", não percebendo que, para isso, são necessários, no mínimo, 11 anos entre formação médica e especialização, além de mais alguns anos de experiência na profissão.
Isso tudo acaba por enfraquecer o papel do cirurgião plástico como autoridade técnica para indicar a melhor cirurgia induzindo o paciente, já que o médico não lhe parece mais tão detentor do conhecimento a procurar profissionais oportunistas, sem formação adequada e, evidentemente, com honorários bem mais "atraentes". Agindo dessa forma, as pessoas, ao desvalorizarem o profissional cirurgião plástico e o procedimento a que desejam se submeter, desvalorizam a si próprias e expõem-se a riscos desnecessários.
A internet é uma invenção fantástica que facilita muito a vida de médicos e de pacientes no acesso às informações e na comunicação. Bem utilizada, ela pode auxiliar o paciente a encontrar seu médico e até a conhecê-lo um pouco. Mas a relação médico-paciente é humana e, assim sendo, necessita do contato direto, da confiança e do afeto. E isso nenhuma tecnologia é capaz de substituir.
Fonte: Jornal Jurid
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.