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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Mulher consegue liminar para ter cápsulas de suposta cura do câncer

Moradora de Botucatu afirma ter feito greve de fome para ter remédio.
Medicamento é para o filho. Rapaz de 27 anos tem 13 tumores na cabeça.


Uma moradora de Botucatu (SP) ganhou uma liminar da Justiça para conseguir cápsulas de fosfoetanolamina sintética para o filho que sofre de câncer. Ana Rosa Natale acredita que substância que promete curar todos os tipos de tumor seja a solução para salvar Bruno Kayran, de 27 anos. No entanto, ela terá que esperar dois meses para obter o suposto medicamento.

Distribuída pela USP de São Carlos por causa de decisões judiciais, a fosfoetanolamina, alardeada como cura para diversos tipos de câncer, não passou por testes em humanos necessários para se saber se é mesmo eficaz, e por isso não é considerada um remédio, como destaca a própria universidade. Ela não tem registro na Anvisa e seus efeitos nos pacientes são desconhecidos. Tampouco se sabe qual seria a dosagem adequada para tratamento. Relatos de cura com o uso dessa substância não são cientificamente considerados prova de eficácia, já que não tiveram acompanhamento adequado de pesquisadores.

Para conseguir a cápsula, Ana diz ter feito até greve de fome em frente do campus da USP. “Eu decidi por uma greve de fome porque meu filho está esperando por essa medicação.”

Apesar de ter ganhado na Justiça, a previsão de chegada tem preocupado a mãe, que alega que o filho não tem tempo suficiente. “A esperança é que ele seja curado porque eu acredito nessa substância, mas a pessoa responsável pela distribuição disse que demoraria dois meses. O meu filho não tem esse tempo de espera. Ele está em fase terminal”, diz Ana.

Bruno tem 27 anos, é musico e teve melanoma, um tipo de câncer de pele, em 2011, mas foi controlado com tratamento. Porém este ano a doença voltou com 13 tumores na cabeça.

Ele se trata no Hospital do Câncer de Jaú, mas para a mãe, a única esperança, é o remédio desenvolvido no Instituto de Química da USP, em São Carlos. A mulher encerrou a greve, mas mesmo assim não recebeu o medicamento ainda.

Não é remédio
A reitoria da USP emitiu uma carta dirigida a pacientes com câncer que estão requisitando à universidade cápsulas da fosfoetanolamina, anunciada pelo professor de química, Gilberto Chierice, aposentado pela universidade, como cura para o câncer. Segundo o documento, essa substância não é remédio.

O comunicado diz que a USP não desenvolveu estudos sobre a ação do produto nos seres vivos, muito menos estudos clínicos controlados em humanos. Não há registro e autorização de uso dessa substância pela Anvisa e, portanto, ela não pode ser classificada como medicamento, tanto que não tem bula.

Fonte: G1/Marília e Região