Segundo os dados disponibilizados pela Ordem, no ano lectivo 2013/2014 há mais 21 vagas do que no anterior nos cursos de Enfermagem.
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros criticou neste domingo a “falta de visão estratégica do Governo” relativamente ao Ensino Superior porque, apesar de voltar a aumentar as vagas para os cursos de Enfermagem, o executivo continua a não contratar os enfermeiros necessários.
“A Ordem dos Enfermeiros (OE) lamenta que, mais uma vez, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) não esteja preocupado com os contribuintes e cidadãos de Portugal, mas apenas com as tão famigeradas estatísticas do ensino superior”, pode ler-se no comunicado enviado à agência Lusa.
De acordo com a OE, no próximo ano lectivo volta a existir um aumento das vagas para o ensino público de Enfermagem, mas os responsáveis políticos “continuam a não contratar enfermeiros de que tanto necessitam, deixando o país na cauda da Europa no que diz respeito ao número de enfermeiros”, e continua a formar estes profissionais “cada vez a um maior ritmo”.
“Considero uma falta de visão estratégica e de respeito pelos cidadãos e contribuintes portugueses, ainda mais neste momento de contenção económica tão necessária. É que a filosofia política do MEC continua desfasada da realidade. Formar um enfermeiro custa aos contribuintes quatro anos de investimento que ronda cerca de 25 mil euros/ano para depois outros países suprirem da sua formação a custo zero”, condena o bastonário da OE, Germano Couto.
O bastonário lamenta que o próprio ministério da Saúde insista em “políticas de dotações inseguras e contextos desprovidos de enfermeiros”, considerando que “existe a necessidade de rentabilizar as competências dos enfermeiros, para não deixar estes profissionais relegados para segundo plano”.
Germano Couto incentiva ainda os jovens estrangeiros a formarem-se em Enfermagem em Portugal, e depois regressarem aos seus países após a conclusão da licenciatura.
“Dado que a nossa formação em Enfermagem é internacionalmente reconhecida seria, esta sim, uma oportunidade estratégica a implementar”, defendeu.
De acordo com os dados disponibilizados pela OE, no ano de 2012/2013 foram abertas 2008 vagas para o ensino superior público em Enfermagem, estando estabelecidas para o próximo ano 2029, um aumento de 21 vagas.
De acordo com os dados divulgados pelo MEC, as vagas para o Ensino Superior em Portugal baixam pelo segundo ano consecutivo em 2013/2014, estando disponíveis para a primeira fase 51.461 novos lugares, menos 837 do que em idêntico período de 2012-2013.
Fonte: www.publico.pt
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.