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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Após perder a família em acidente, mulher decide doar órgãos do filho

Foram retirados coração, pulmões, rins e fígado do adolescente de 14 anos.
Captação foi feita no Hospital Regional de Presidente Prudente.


Foi realizada nesta terça-feira (12), no Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente, a retirada de seis órgãos do adolescente de 14 anos que morreu vítima de um acidente de trânsito na Rodovia Júlio Budiski (SP-501), em Álvares Machado, no fim de semana. Segundo a Comissão Intra-hospitalar de Transplante de Órgãos do HR, foram extraídos o coração, os pulmões, os rins e o fígado.

O acidente aconteceu no último sábado (9) e, conforme o hospital, o adolescente já deu entrada na unidade com sinais de morte encefálica, que foi confirmada nesta segunda-feira (11). Ainda segundo a comissão, assim que é excluída a reversão do quadro, são realizados diversos exames clínicos. Dado o diagnóstico, é feita a entrevista com a família sobre a vontade ou não de doar. Em seguida, os órgãos são oferecidos de acordo com a fila única e cada equipe entra em contato com o hospital.

Desta vez, duas equipes do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) compareceram para a retirada do coração e dos pulmões e uma de Sorocaba (SP), para a extração do fígado. Já os rins, foram retirados pela equipe da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente.

Pela ordem, deste paciente, foram retirados o coração, os pulmões, o fígado e os rins.

A decisão
De acordo com a enfermeira da comissão, Elaine Regina de Souza, responsável pela entrevista familiar, a doação só é abordada com os parentes de primeiro grau no fim do protocolo. "Constatado o óbito, precisamos conversar com a família do doador para explicar tudo o que aconteceu com o paciente e ela precisa compreender o que levou até aquela situação", disse ao G1.

A enfermeira ressaltou que a família autoriza a doação, caso o paciente tenha manifestado o interesse anteriormente. No entanto, se ele nunca abordou a questão, fica para os familiares a decisão. "Se falarem que não, anunciamos que será interrompido o suporte para poder liberar o corpo", salientou.

O acidente que vitimou o adolescente matou seu pai, de 40 anos, e sua irmã, de 19. Somente o jovem e seu sobrinho, de nove meses, foram socorridos e levados para o HR. As outras duas vítimas morreram no local da colisão entre uma caminhonete e um carro.

A família contou à comissão que um pouco antes do acidente eles estavam discutindo sobre a doação de órgãos e o pai e o garoto se mostraram favoráveis. “Quem autorizou a doação foi a mãe do adolescente, que perdeu a família toda. Ela só não seguia no carro porque estava recém-operada", frisou a comissão.

"Ela tinha somente esses dois filhos, mas ainda há o neto, que está internado", relatou a enfermeira.

Captações
A extração desta segunda-feira (12) é a 12ª do ano no Hospital Regional. Até o momento, conforme a comissão, foram retirados 75 órgãos, entre corações, pulmões, fígados, rins, ossos e córneas. Apesar do número, a quantidade é considerada "razoável", já que muitos órgãos foram perdidos por falta de transporte aéreo.

“Mas, com a autorização do uso dos aviões da FAB [Força Aérea Brasileira], mudou a situação. Hoje veio um fretado e um da FAB", destacou a comissão.

A captação teve início às 9h e encerramento às 13h55.

Colisão
O acidente foi registrado na noite do último sábado (9), na Rodovia Júlio Budiski, em Álvares Machado. A batida foi entre uma caminhonete GM A20, com placas de Santana de Parnaíba (SP), e um VW Parati, de Álvares Machado, e, na ocasião, deixou duas pessoas mortas e três gravemente feridas.

Segundo informações da Polícia Militar Rodoviária, o VW Parati seguia no sentido Alfredo Marcondes-Presidente Prudente e a caminhonete transitava na pista contrária, quando se chocaram, por motivos a serem esclarecidos pela perícia, por volta das 22h, no km 17,5 da rodovia.

O VW Parati era ocupado por quatro moradores do Parque dos Pinheiros, em Álvares Machado. O condutor, de 40 anos, e uma passageira, de 19 anos, morreram no local. Eles eram pai e filha. Também estavam no carro o adolescente e a criança de nove meses.

Conforme a Polícia Rodoviária, a caminhonete era conduzida por uma mulher de 29 anos, moradora de Alfredo Marcondes, que foi encaminhada, também em estado grave, ao HR. A motorista se recusou a fazer o teste do bafômetro.

Conforme o Hospital Regional, o bebê de nove meses ainda segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas está bem e fora de risco. Já a mulher de 29 anos segue na enfermaria da unidade, também fora de risco. Não há previsão de alta para os dois.

Fonte: Globo.com