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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Doentes sem dentes devido a tratamentos ao cancro reclamam próteses

PORTUGAL

Foi lançada petição para resolver problema que quando não é resolvido impede doentes de comer alimentos sólidos

Muitos dos doentes tratados ao cancro de cabeça e pescoço ficam sem dentes e sem a possibilidade de comerem ingredientes sólidos. Daí ter surgido uma petição que reclama o apoio do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para as próteses dentárias.

"No seguimento dos tratamentos, os doentes ficam sem dentes. Como o SNS não cobre as próteses dentárias, a maioria - proveniente de meios desfavorecidos - vai viver sem dentes, sem poder conviver socialmente e sem a possibilidade de ingerirem alimentos sólidos", explica a oncologista Ana Castro, que preside ao Grupo de Estudos do Cancro de Cabeça e Pescoço.

Este grupo e a Associação dos Amigos dos Doentes com Cancro Oral lançaram uma petição para levar à Assembleia da República a discussão do apoio do SNS na reabilitação oral dos doentes com esta patologia. Ana Castro, primeira subscritora da petição, recorda que estes doentes não têm dinheiro para as próteses dentárias e que a inexistência de dentes lhes coloca graves problemas, nomeadamente ao nível laboral, pois muitos ainda estão em idade activa.

Uma das limitações prende-se com a impossibilidade de comer alimentos sólidos e o afastamento dos convívios sociais à mesa, tão típicos dos portugueses, lembra a médica. Para Ana Castro, a despesa não deverá ser assim tão significativa pois, "infelizmente, dos 2500 a três mil novos casos que surgem todos os anos, cerca de metade não chega a precisar de tratamento ou não resiste à doença".

"A nossa estimativa é de que deverão ser precisas próteses para menos de 1500 doentes", afirma. A petição marca o Dia Mundial do Cancro de Cabeça e Pescoço, que se assinala na próxima quarta-feira e que vai ainda contar com uma campanha de rastreios na Volta a Portugal em Bicicleta.

Em Portugal, os cancros de cabeça e pescoço são a quarta doença com maior incidência em indivíduos do sexo masculino, matando três portugueses por dia. Segundo a Associação dos Amigos dos Doentes com Cancro Oral, todos os anos se registam mais de 2500 novos casos em Portugal, sendo 85% das vítimas fumadores ou ex-fumadores.

"Estes cancros são, muitas vezes, infelizmente diagnosticados em fases tardias, uma vez que há uma tendência para desvalorização dos sintomas", afirma o presidente da Associação dos Amigos dos Doentes com Cancro Oral, José Alves. Por esta razão, "o diagnóstico precoce é muito importante”.

Os sinais de alerta “são ainda pouco conhecidos pela população em geral e podem muitas vezes ser confundidos com outras doenças: feridas na boca que não cicatrizam, língua dorida ou com úlceras, rouquidão persistente, nariz entupido ou hemorragias nasais, dificuldade ao engolir ou uma simples dor de garganta", explica o mesmo dirigente associativo. "Estes sinais não devem ser ignorados e devem merecer uma atenção especial se persistirem mais de três semanas", alerta.

O Grupo de Estudos vai ter este ano um stand nos pontos de chegada de todas as etapas da Volta a Portugal em Bicicleta, onde será possível realizar diariamente rastreios gratuitos ao cancro de cabeça e pescoço, mediante uma inscrição prévia no local.

Instituído em Julho de 2014, em Nova Iorque, durante o 5º Congresso da Federação Internacional da Sociedade de Oncologia de Cabeça e Pescoço, o Dia Mundial do Cancro de Cabeça e Pescoço, tem como objectivo sensibilizar a população para a intervenção precoce sobre os factores de risco clássicos, como o tabaco e o álcool, bem como para outros como a infecção Papiloma Vírus Humano e as lesões potencialmente malignas da cavidade oral.

Fonte: PUBLICO.pt