Prova obrigatória do Conselho Regional de Medicina de São Paulo para avaliar cursos está marcada para novembro
Alunos de medicina de três universidades públicas de São Paulo decidiram boicotar a prova do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de SP), que será realizada em 11 de novembro e se tornou obrigatória neste ano. Sem ela, recém-formados não podem retirar o registro profissional.
Alunos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Famema (Faculdade de Medicina de Marília) decidiram pelo boicote em assembleias realizadas neste mês.
Os estudantes afirmam que devem comparecer à prova, mas vão marcar a letra ``b`` em todas as alternativas.
O teste não exige nota mínima para aprovação. O aluno precisa apenas comparecer no dia e responder a todas as questões.
``O exame não tem capacidade de avaliar um curso de seis anos``, afirma Luís Felipe Marques, 24, do Centro Acadêmico do curso de medicina da Unicamp.
Os estudantes acreditam que a prova deveria ser feita em progressão, várias vezes ao longo do curso, e não só no final. Além disso, querem que a avaliação seja feita em parceria com os ministérios da Educação e da Saúde.
Um projeto de lei do senador Tião Viana (PT-AC) visa instituir a obrigatoriedade do teste em todo o país.
Maurício Zanolli, professor da Famema e membro da Abem (Associação Brasileira de Ensino Médico) também contesta a prova.
Para ele, o último Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) já detectou quais são as escolas ruins, e a resolução do Cremesp tenta dar peso a um exame que não tem adesão dos alunos.
Bráulio Luna Filho, responsável pela prova no Cremesp, acredita que o boicote não terá apoio dos alunos do sexto ano e é organizado por estudantes mais novos.
Segundo ele, os dados obtidos por meio do exame serão usados para cobrar a melhoria da qualidade do ensino. A nota individual não será divulgada. (CLARA ROMAN)
Fonte: Folha de S.Paulo
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.