Minha foto
Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sites de serviços de saúde trazem novas formas de relacionamento

Sites de agendamento de consultas médicas pela internet começam a operar no País, trazendo novas questões para a relação entre planos, médicos e pacientes

A onda de relacionamento e interatividade da internet está incrementando a relação entre pacientes e médicos. Pelo menos cinco sites de agendamento de consultas online foram lançados no País recentemente: YepDoc, AvalDoc, Go2Doc, ConsultaClick e Dr. Busca. Planos de saúde estão, aos poucos, aderindo à ferramenta.

A referência para o serviço é o portal norte-americano ZocDoc. Fundado em 2007, o site informa a disponibilidade de 7 milhões de horários, procurados por cerca de 1,2 milhão de usuários por mês.

O modelo de negócios costuma basear-se na oferta do agendamento online gratuitamente para o público, que pode buscar um médico ou outros profissionais de saúde por especialidade, local e operadora/plano. O faturamento vem de mensalidades pagas pelos médicos e profissionais cadastrados e, em alguns casos, de serviços complementares e publicidade online.

“Começamos com o agendamento, dentro da cultura de aproximar pacientes e profissionais da saúde. Futuramente, trabalharemos com publicidade contextualizada e conteúdo, tanto para usuários como profissionais”, conta o sócio fundador e diretor executivo da ConsultaClick, João Paulo Nogueira Ribeiro.

O médico e empreendedor projetou o negócio em parceria com um sócio português e a empresa foi inaugurada em Portugal em junho de 2011, chegando ao Brasil em novembro. A companhia também está presente na Espanha e Romênia, com negociações avançadas para entrar na Bélgica.

Ribeiro aposta no potencial de mercado para o agendamento online. “Além do modelo já validado pelo ZocDoc, nos Estados Unidos, já expandimos as operações para outros países”, observa. No Brasil, há cerca de 400 mil médicos, sem contar os outros profissionais que entram na conta de potenciais pagantes das assinaturas. “Agora vemos muitos sites sendo lançados, mas há espaço para alguns players, que devem se consolidar, além de provedores voltados a nichos de mercado”, avalia.

Uma das estratégias de divulgação do serviço no Brasil foi a criação de uma página no Facebook. “Em três meses, tínhamos 160 mil seguidores”, afirma Ribeiro. “A campanha de marketing, de fato, terá início em julho. Nossos dados preliminares indicam crescimento de 100% a 120% ao mês na base de usuários”, comenta.

Inaugurado em maio, o AvalDoc tem cerca de 350 profissionais cadastrados, a maioria médicos. “Temos uma média de quatro mil usuários por dia, quase 100 mil por mês”, afirma o sócio David Pares.

O Yep Docs, lançado em abril, utiliza a métrica de horários disponíveis para consulta para avaliar o desempenho do negócio. “Começamos a operar com 20 mil horários disponíveis. A meta era chegar ao fim do ano com 500 mil, mas já atingimos 300 mil, o que levou a nova projeção de 800 mil”, afirma o sócio e fundador Paulo Picini.

Pares, do AvalDoc, afirma que o site de agendamento online não influencia o relacionamento de médicos e pacientes com as operadoras de planos de saúde. “Quem escolhe seus parceiros e preenche o cadastro no site é o próprio profissional.”

Ribeiro ressalta as vantagens do serviço para médicos, principalmente autônomos: aumento de visibilidade, maximização da agenda, redução de gastos com telefonia (confirmação de consultas por SMS e email), otimização do trabalho das secretárias e exposição para iniciantes.

Cautela

Com a novidade do serviço e do modelo de negócios, a relação dos planos de saúde com os sites de agendamento não está consolidada.

A Unimed BH oferece, desde 2011, o agendamento online de consultas em seu portal. “Desenvolvemos uma ferramenta inteligente e segura, baseada na premissa de oferecer segurança e simplicidade a médicos e pacientes”, afirma o diretor de Provimento de Saúde da Unimed-BH, Luiz Otávio Andrade.

O resultado da iniciativa está de acordo com a aposta dos novos players: crescente adesão de médicos, com 1,3 mil cadastrados, de um total de 4 mil potenciais – da rede da operadora. “Temos 180 mil usuários, de um universo de 1 milhão de clientes na região metropolitana de Belo Horizonte, onde o serviço está disponível. O nível de satisfação é de mais de 90%”, relata Andrade.

O diretor declara que a Unimed BH tem acompanhado com preocupação o movimento dos sites de agendamento online. As principais questões são a segurança dos dados e a regulamentação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) referente à relação médico-paciente.

“Nosso diferencial é que o sistema de marcação utiliza nossa base de dados. Quando um paciente agenda um horário, o médico tem certeza que é um cliente ativo”, afirma. Picini, da YepDoc, afirma que sua plataforma utiliza sistema de segurança da informação de servidores e dados encriptados. “Os profissionais de saúde só têm acesso a dados de quem marca consulta com eles. Por contrato, não divulgamos histórico e detalhes de marcação, são dados restritos”.


O SUS na rede


O sistema público de saúde também ganhou uma forcinha da internet. Não para marcar consultas, mas para disseminar informações. O projeto Saútil, lançado em janeiro de 2011, oferece um banco de dados atualizado diariamente com informações dos serviços e produtos oferecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

É possível consultar informações sobre mais de 2,4 mil itens de medicamentos, 3,5 mil exames, 80 de equipamentos e 110 de consultas nas capitais e principais cidades do País, num total de 3,8 mil municípios.

O site utiliza mecanismos simples de busca, pelas categorias de medicamentos, vacinação, consultas e exames, equipamentos e oxigênio e unidades de saúde.

O serviço gratuito para a população tem por trás um modelo de negócios estruturado, com metas agressivas. “O projeto é bem escalável. A previsão é de receita de R$ 350 mil neste ano, com projeção de faturar R$ 12 milhões em três anos”, afirma Fernando Fernandes, um dos quatro fundadores.

O modelo de negócios baseia-se em patrocinadores; um serviço de concierge, voltado a empresas, pelo qual orienta funcionários a obter serviços de saúde; projetos para a indústria farmacêutica e planos de saúde, além de programas personalizados, de geolocalizaçao.

Fonte: Saúde Web