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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Médicos denunciam más condições impostas por planos de saúde

Muitos médicos estão se descredenciando de vários convênios. É o paciente que sofre com essa briga entre médicos e planos, tendo que arcar com custos de consultas particulares, por exemplo.

A saúde é uma preocupação do brasileiro. Todos os meses, milhões de pessoas pagam caro para ter a segurança que um plano de saúde oferece. Mas, quanto será que custa cada serviço prestado? Essa conta pouca gente conhece.

Em São Paulo, um grupo de médicos organizou uma campanha para denunciar as más condições de trabalho e os baixos valores repassados pelos convênios.

Muitos profissionais estão abandonando os planos. Os reflexos dessa briga já podem ser sentidos pelos pacientes.

O presidente de cooperativa Evandro Corado Oliveira paga R$ 600 por mês para um plano de saúde família. Mas um dia, o médico disse que não iria mais atender pelo plano. “Alegando que o valor que ele recebia da consulta era muito baixo”, lembra Evandro.

Sem condições de pagar a consulta, ele procurou outro médico. Mas novamente a história se repetiu. “Hoje nós não temos mais pediatra fixo, o que é muito ruim para acompanhamento da saúde do meu filho”, reclama.

A médica Maria Rita de Souza Mesquita, especialista em partos de risco, chegou a ser credenciada por 15 planos de saúde. Hoje atende apenas cinco deles. O valor de um parto, segundo ela, não ultrapassa R$ 200.

“Uma escova progressiva hoje custa muito mais caro do que o valor de um parto, mesmo não sendo de risco, um parto que disponibiliza o obstetra. Você tem trabalho de parto que as vezes dura de 10 a 12 horas”, compara a médica.

Duas associações de São Paulo iniciaram uma campanha para denunciar os valores pagos por consultas e cirurgias. Elas dizem que o repasse é tão pequeno, que se nada for feito, o atendimento ficará inviável.

Não são apenas os baixos valores que incomodam os médicos. “Você não poderia pedir mais do que uma cota de exames por semana e tem que atender determinado número de pacientes em poucas horas, ou seja, 30 pacientes em um período. É um atendimento que não consegue dar qualidade, não consegue conhecer aquela pessoa que está contando um problema para você e não consegue exercer uma medicina digna”, afirma o especialista em cirurgia de tórax, Altair da Silva Costa Júnior.

A Federação Nacional de Saúde disse em nota, que os valores das consultas entre as suas operadoras, são em média de R$ 45. Afirma ainda que desconhece que exista pressão sobre os médicos para que eles não peçam muitos exames e que hoje a procura por credenciamento é muito grande.

O presidente da Associação Paulista de Medicina, Jorge Ricardo Machado Curi, diz que não é bem assim: “Os pediatras nesse momento no Brasil, em vários estados, já estão se descredenciando. Outras especialidades estão sinalizando para isso. Em vários desses locais, os pacientes estão pagando porque querem manter o vínculo com o médico”.

A Fenasaúde afirmou que, em dois anos, a remuneração de médicos credenciados pelos planos aumentou cerca de 30%. A Agência Nacional de Saúde (ANS), que fiscaliza os planos, informou que criou um grupo de trabalho formado por médicos e representantes dos planos para discutir regras de remuneração.

Fonte: Globo.com