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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sábado, 9 de abril de 2016

Arábia Saudita leva mais médicos: dois anúncios milionários em meio ano

PORTUGAL

Grupo quer recrutar 15 clínicos de várias especialidades. Oferecem entre nove e 12 mil euros mensais e 44 dias de férias

Um grupo de hospitais árabe está em Portugal, pela terceira vez, para recrutar médicos para hospitais em Riade e Dammam, na Arábia Saudita. Oferecem entre nove mil e 12 mil euros mensais isentos de impostos, alojamento e seguro de saúde familiar, até 44 dias de férias pagas, passagens aéreas e prémios. Querem contratar 15 médicos com um mínimo de três anos de experiência e até 58 de idade, em várias especialidades.

O anúncio está disponível no site da Ordem dos Médicos, tal como esteve um outro há meio ano (em outubro de 2015), na altura para 30 vagas. As entrevistas vão realizar-se nos dois primeiros dias de maio. "Há um reconhecimento da qualidade profissional. Temos vantagens de adaptação, de comunicação com outras culturas e outras línguas, de criar empatia", refere ao DN André Leite, diretor da FFF Healthcare, empresa a mediar o processo.

As especialidades pretendidas são medicina intensiva, anestesiologia, cardiologia, neurocirurgia, pediatria com experiência em endocrinologia, neonatologia/cuidados intensivos, radiologia, cirurgia plástica, dermatologia, endocrinologia, neurologia e medicina geral e familiar. Mas não são apenas estes que procuram: "Abriram um grande centro dentário em Riade e também há uma enorme necessidade de médicos dentistas e de técnicos de próteses dentárias. Os benefícios gerais são semelhantes, mas os salários propostos são inferiores porque no caso dos médicos dentistas não existe subespecialidades em Portugal", que os deixa em desvantagem com dentistas de outros países.

Apesar do interesse, que se traduziu em dois recrutamentos em apenas sete meses, são poucos os médicos portugueses no Médio Oriente: "O total não ultrapassa os 40." O prestígio dos sistemas de saúde de alguns países, como a certificação internacional de vários hospitais, maior tecnologia, mais investigação e presença em conferências internacionais faz que a competição seja grande e que a preferência recaia, por vezes, sobre médicos do Canadá, da Alemanha, da Inglaterra, da Austrália ou da França.

Médicas são bem-vindas

O SNS tem perdido médicos por reformas antecipadas, para os privados e emigração. Nos últimos dois anos saíram do país 869 clínicos, sobretudo para a Europa. As condições de trabalho e o salário são os principais motivos. Entre as áreas mais deficitárias no SNS estão anestesia, medicina geral e familiar, radiologia. Especialidades que fazem parte da lista a recrutar.

Das vezes anteriores em que recrutou em Portugal, recebeu entre cem e 200 candidaturas (em cada uma). Foram selecionados 20 a 30 médicos para entrevista. "São mais os homens que se candidatam, mas em termos de contratação acabam por ser números próximos. As médicas são muito apreciadas. Sobretudo em áreas como obstetrícia, pediatria, dermatologia. Está também relacionado com questões culturais, por as mulheres se sentirem mais à vontade a serem atendidas por outras mulheres. Nas especialidades de anestesia e medicina intensiva, o Ministério da Saúde da Arábia Saudita paga mais 20% às médicas do que paga aos homens", adianta.

A Arábia é dos países mais ricos do mundo, mas também enfrenta tempos difíceis com a descida a pique do preço do petróleo. Na luta pelo mercado, está a recorrer às reservas financeiras, avaliadas em 552 mil milhões de euros. Mas segundo estimativas do The New York Times estão a gastar entre 4000 e 5000 milhões por mês. O que levou o reino a impor, no ano passado, um orçamento mais restritivo.

Fonte: DN.pt