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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sábado, 13 de abril de 2013

Reajuste dos planos foi 38,1 porcento acima da inflação em 10 anos

Estudo do Idec mostra que reajustes no período foram de 140%

Os preços dos planos de saúde no Brasil subiram até 38,12% acima da inflação nos últimos dez anos. Entre 2002 e 2012, enquanto o índice oficial que mede a inflação, o IPCA, ficou acumulado em 101,89%, os aumentos dos contratos de planos de saúde fixados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) chegaram a 140,01%.

O levantamento, realizado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), mostrou que a única exceção foi o ano de 2003. Enquanto a inflação acumulada em 12 meses até abril daquele ano - mês em que a ANS determina o percentual de correção - foi de 16,77%, o índice máximo dos reajustes ficou em 9,27%. Nos demais anos, o aumento máximo ficou sempre acima do IPCA. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, a advogada do Idec Joana Cruz afirmou que os limites de elevação de preços fixados pela agência ampliam o distanciamento entre o valor dos convênios e a composição da renda dos consumidores.

EM 30 ANOS, DIFERENÇA SERÁ DE 163,49%

De acordo com o estudo, se a metodologia usada pela ANS for mantida, em 30 anos, o valor dos planos de saúde crescerá 163,49% acima da inflação. Ela destacou que, em muitos casos, o consumidor fica em desvantagem nas negociações realizadas para estipular os novos preços.

- O reajuste dos contratos coletivos nem sequer tem um percentual teto. Quem determina são a operadora e a seguradora e, geralmente, são valores bem maiores que os 7,9% autorizados no último ano - criticou a advogada.

O diretor-presidente da ANS, André Longo, explicou que, hoje, a agência regula tanto os planos individuais e familiares quanto os coletivos. A única variável que a ANS não estipula, observou, é o índice de preços, "porque a legislação assim não determinou":

- Hoje, utilizamos a força e o poder que as empresas têm de negociar com o próprio setor como indicador para o valor de reajuste dos planos individuais. Aproveitamos o que há de melhor, que é a livre concorrência.

Por meio de nota, a ANS disse que é importante deixar clara a diferença entre o índice de reajuste dos planos de saúde e os índices de inflação, que "medem a variação de preços dos insumos de diversos setores". O órgão considerou que o IPCA não permite a comparação plena com o índice da ANS, que captura especificidades do setor de saúde suplementar, como variação da frequência de utilização dos serviços e incorporação de novas tecnologias.

O diretor executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), José Cechin, disse que os brasileiros vão gastar cada vez mais com saúde. Segundo ele, essa é uma tendência mundial. Cechin citou dados que mostram que, de 1960 a2010, enquanto o PIB per capita nos Estados Unidos cresceu 168%, os gatos com saúde no país subiram 818%.

Mais cedo, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, havia evitado falar sobre os novos reajustes. Perguntado se o governo estaria preocupado com aumentos acima da inflação, ele disse que a ANS seguirá estritamente o que diz a legislação em vigor.

- Será tudo dentro da lei - disse o ministro, após participar de reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial , no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Padilha anunciou uma série de medidas para reduzir em até 40% o tempo gasto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no registro de medicamentos. Atualmente, o processo demora um ano a um ano e meio. Entre as ações, está a criação de um sistema eletrônico, que começa a funcionar no próximo dia 15.

Fonte: O Globo