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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Longa espera vira rotina para crianças em hospitais particulares de SP

Recepções lotadas, pacientes irritados, longas esperas. Cenas comuns na rede pública de saúde se tornaram também rotina nos prontos-socorros infantis dos hospitais privados de São Paulo.

Em horários de pico, crianças esperam em média duas horas pela consulta com um pediatra, constatou a Folha numa ronda feita nas principais unidades que têm esse serviço na semana passada.

No Santa Catarina, segundo funcionários, a espera chegava a seis horas na terça. E conseguir atendimento não quer dizer que a espera acabará. Se precisar de internação, a criança pode demorar até três dias para obter uma vaga, relatou um funcionário da unidade Morumbi do hospital São Luiz.

Talita Barreto, 32, passou pelas duas situações. Já teve que esperar uma hora e meia com seu filho Davi, 7, no pronto-socorro do Hospital São Camilo, na Pompeia.
No início do mês, com grave pneumonia, Davi aguardou 12 horas por uma vaga na UTI do mesmo hospital, diz ela.

Entre quarta e sexta, a reportagem foi a 11 dos principais hospitais da cidade com pronto-socorro infantil. A espera média era de duas horas (veja quadro na pág. C4).
Na sexta-feira, por telefone, perguntou aos mesmos hospitais se havia vagas para internação. De todos, ouviu: "Estamos lotados".

Em dez deles, não havia vagas nem na UTI. Só o Albert Einstein tinha três, que estavam para ser liberadas.

"Não tem vaga em nenhum hospital que atenda convênio em São Paulo", disse Rodrigo Tim dos Santos, 30, que esperou 28 horas pela internação do filho Murilo, de dois meses, no Santa Catarina.

Nesse período, a criança piorou e os pais foram informados que ele precisaria ir para a UTI. Mas também não havia leito disponível.

O pai diz que o hospital tentou transferir a criança, mas ninguém tinha vaga. "É um estado de calamidade", disse.

Em outubro, Marta Ribeiro Pereira, 41, esperou 24 horas pela internação do filho Guilherme, 4, no Samaritano. Os hospitais dizem que a situação piora neste período do ano, quando aumentam os problemas respiratórios. E que não há espera para casos mais graves. Também dizem que faltam pediatras.

O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Eduardo da Silva Vaz, afirma que há pediatras, mas que o problema é a baixa remuneração deles pelos planos de saúde.

Além disso, segundo ele, "os hospitais estão fechando leitos de pediatria porque atender criança não dá lucro". Wagner Marujo, diretor-superintendente do hospital Sabará, especializado em pediatria, concorda. Segundo ele, crianças geralmente precisam de poucos exames. "Dá mais lucro tratar de câncer."

Dados do Ministério da Saúde mostram que os leitos pediátricos privados foram reduzidos em 14% na cidade, entre 2011 e 2013.

esPERA EM HOSPITAIS

Fonte: Folha Online