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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Quase 80% dos médicos já tiveram procedimento negado por plano

O levantamento foi feito pela Associação Paulista de Medicina (APM) em parceria com 22 especialidades médicas

Uma pesquisa inédita divulgada nesta terça-feira (23) mostra que 77% dos médicos já tiveram procedimentos ou medidas terapêuticas recusados por operadoras de planos de saúde e 69% sofreram restrições para procedimentos de alta complexidade. Além disso, 42% mencionaram a interferência no tempo de internação dos pacientes.

O levantamento, feito pela Associação Paulista de Medicina (APM) em parceria com 22 especialidades médicas, também contou com a participação de fisioterapeutas e cirurgiões-dentistas. Cerca de 5.000 profissionais foram ouvidos entre os dias 3 e 14 de abril. Os resultados revelam o alto grau de insatisfação em relação aos planos de saúde.

De acordo com as entrevistas, 80% dos médicos, 88% dos cirurgiões-dentistas e 87% dos fisioterapeutas afirmam que já se descredenciaram ou pretendem se descredenciar de planos de saúde.

Ao fazer uma avaliação geral dos planos, somente 6% dos médicos cravaram índices ótimo (2%) e bom (4%). No caso dos cirurgiões-dentistas, houve 1% para ótimo e 2% para bom. Já entre os fisioterapeutas, nenhum dos pesquisados avaliou a assistência na saúde suplementar como ótima ou boa.

Sobre práticas comuns que interferem na assistência, as principais queixas apontadas pelos médicos foram a não autorização de procedimentos e a interferência no período de internações, como já citado. Além disso, 69% reclamam de ações para dificultar atos e diagnósticos mediante a designação de auditores.

Os principais problemas apontados pelos fisioterapeutas foram glosas indevidas, ou seja, questionamentos de atos realizados pelo profissional que muitas vezes resulta na falta de pagamento (89%); restrição ao número de atendimentos fisioterapêuticos em ambulatório (87%); e a substituição de códigos de procedimentos, sempre para valores menores (87%).

Já os cirurgiões-dentistas citaram a exigência de raio-X inicial e final (84%); a não autorização de procedimentos (71%); e as glosas imotivadas (67%).

Remuneração

Quanto o assunto é remuneração, a insatisfação é declarada por 98% dos médicos, 97% dos cirurgiões-dentistas e 98% dos fisioterapeutas. É quase unanimidade nas três profissões, também, a percepção de que não receberam reajustes que permitam recompor satisfatoriamente os custos envolvidos na prática diária.

Essas e outras distorções referentes à inexistência de cláusulas contratuais com critério e periodicidade de reajuste geraram aumento da carga de trabalho para 83% dos médicos, 80% dos cirurgiões-dentistas e 87% dos fisioterapeutas.

O problema acaba refletido no atendimento ao paciente: 61% dos médicos, 70% dos dentistas e 58% dos fisioterapeutas confirmam que reduziram o número de procedimentos ou cirurgias por causa da má remuneração..

Ainda segundo os profissionais das três áreas, um grande número de pacientes de planos de saúde tem recorrido ao SUS e ao atendimento privado em função de obstáculos colocados pelas empresas.

Fonte: UOL