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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Falha humana causou mortes após exames de ressonância, apontam laudos

A Polícia Civil de Campinas (93 km de São Paulo) confirmou no fim da tarde desta quarta-feira (24) que as três mortes ocorridas nos Hospital Vera Cruz depois que os pacientes foram submetidos a exames de ressonância magnética foram causadas por falha humana.

Depois de quase três meses de investigações, os laudos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e do IC (Instituto de Criminalística) confirmaram a presença do perfluorocarbono --uma substância química de uso externo utilizada para exames específicos-- no organismo das vítimas.

Fontes ligadas à investigação informaram que o produto tóxico foi injetado nos pacientes por engano, mas ainda não é possível saber como essa falha ocorreu. A partir de agora, a polícia tentará identificar as causas do erro.

Três litros do produto foram apreendidos no início deste mês durante novas buscas feitas pela polícia no setor de exames. O produto não havia sido entregue no início das investigações ao Departamento de Vigilância em Saúde pela RMC (Ressonância Magnética Campinas), clínica responsável pelos exames.

Na ocasião, o delegado José Carlos Fernandes, que conduz o inquérito juntamente com os delegados Antonio Carlos Palmieri e Cibele Sanches, informou que o produto jamais poderia ter sido injetado direto no organismo, e que uma vez injetado, causa sintomas compatíveis aos sofridos pelas vítimas.

O delegado também disse na ocasião que "o motivo pelo qual não apresentaram a substância e a forma como foi administrada está sob investigação. Todo o material que estava no setor de radiologia era para ter sido entregue à Vigilância", disse.

A RMC reafirmou que está colaborando com as investigações e que ainda não foi notificada sobre a causa das mortes. A empresa também negou omissão e disse que, na época do incidente, o laboratório foi interditado pela polícia e Vigilância e ficou à disposição.

Em nota, a clínica informou que o produto químico perfluorocarbono é utilizado exclusivamente de forma externa nos exames de ressonância magnética desde 2005, preenchendo antenas - equipamentos que melhoram a qualidade das imagens - nos exames da próstata ou em exames de estruturas anatômicas superficiais, como dedos, bolsa escrotal e pênis.

A RMC explicitou que nessas situações "o produto não entra em contato com os pacientes, estando isolado por látex ou produtos plásticos". A reportagem tentou contatar o Hospital Vera Cruz mas não teve retorno. Uma coletiva está marcada para a tarde desta quinta-feira (25) para dar mais detalhes sobre a continuidade das investigações.

O caso

Três pessoas, com idades entre 25 e 38 anos, morreram no dia 28 de janeiro após a realização de exames de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz. Após os óbitos, o setor foi imediatamente interditado pela Vigilância em Saúde do município.

Todos realizaram o exame na cabeça e fizeram uso do contraste. Eles tiveram parada cardiorrespiratória. O caso veio à tona na manhã do dia seguinte. Desde então, uma comissão investiga as causas das mortes, inéditas na literatura médica.

Fonte: UOL