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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Família tem de esperar 48 h para doar órgãos de mulher com morte cerebral

Demora foi causada por problemas na estrutura da saúde pública, em Goiânia.
Nove pessoas seriam ajudadas, mas apenas rins e córneas foram doados.


A família de Sulene Locatelli, de 44 anos, que teve a morte cerebral constatada no sábado (30), só conseguiu doar os órgãos dela nesta segunda-feira (1º), 48 horas após o seu falecimento. O atraso ocorreu por conta de problemas na estrutura da saúde pública estadual, em Goiânia. Em condições normais, a mulher poderia salvar a vida de nove pessoas, mas por causa da demora, apenas rins e córneas foram transplantados.

Emocionada, a filha de Sulene, Nádia Locatelli, disse que a doação era um desejo da mãe e foi um consolo para a dor que a família está sentindo. "Era o que a minha mãe queria. Era a última vontade dela", disse Nádia.

Quando o falecimento de Sulene foi confirmado, a família não encontrou uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para ela, o que comprometeu a qualidade de vários órgãos vitais. O coração, por exemplo, deve ser transplantado em até quatro horas após a morte ser constatada.

Ascânio Locatelli, viúvo de Sulene, lamenta a situação. "Devido a essa questão, só poderão ser aproveitadas quatro doações", afirma.

Doações perdidas
Gerente da Central de Transplantes, Luciano Leão reconhece que muitos órgãos deixam de ser transplantados por causa dos problemas na rede de saúde.

"Nós perdemos muitas doações. Às vezes por falta de leito em UTI ou por parada cardíaca durante a manutenção na UTI. Enfim, não temos como aproveitar 100% das doações", justifica.

Atualmente em Goiás, 934 pacientes esperam por um transplante. As cirurgias para doação de rins, córneas e pâncreas já são realizadas no estado. O número de doações tem aumentado. Em 2010 foram 530; em 2011, mais 974; no ano passado, 1014; e de janeiro até março de 2013 foram 180.

Apesar dos números, não bastam apenas órgãos disponíveis. É preciso uma boa estrutura para realizar as cirurgias. Isso porque as equipes têm de quatro até 24 horas para encontrar um receptor compatível e realizar um transplante. Antes, os órgãos retirados ficam em uma caixa térmica protegidos por um líquido especial de conservação.

Com mais estrutura, casos como o da dona de casa Marilene de Souza poderiam ser diferentes. Ela tem problemas renais e há três anos faz hemodiálise para filtrar o sangue. "Meu sonho é transplantar. Poder comer frutas e beber água normalmente. Isso faz falta", lamenta.

Fonte: Globo.com