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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Associação diz que hospitais estão a cortar nos medicamentos para hemofílicos

Responsável afirma que está em causa o apoio no tratamento profiláctico, de prevenção das hemorragias.

A Associação Portuguesa de Hemofilia (APH) garantiu nesta terça-feira que os hospitais estão a reduzir a dosagem dos medicamentos e a obrigar os doentes a deslocarem-se mais vezes para recolher a medicação.

A propósito do Dia Mundial da Hemofilia, que se assinala na quarta-feira, Miguel Crato, da APH, falou das actuais preocupações da associação, que se prendem com a disponibilização dos medicamentos para o tratamento profiláctico da hemofilia.

Conforme explicou, a hemofilia é uma “doença incapacitante”, que tem na base dois tipos de tratamento: um para as situações em que o doente tem hemorragias, outro profiláctico, feito duas ou três vezes por semana, para prevenir as hemorragias e ter mais qualidade de vida.

“Temos assistido por parte das administrações hospitalares dos hospitais a um controlo da medicação que é disponibilizada. Antigamente os pais faziam um levantamento mensal para fazer o tratamento aos filhos em casa, agora são obrigados a ir semanalmente”, afirmou.

Esta situação é particularmente grave para as pessoas que moram a vários quilómetros de distância dos hospitais, uma vez que esta medicação é distribuída apenas nos hospitais centrais de Lisboa, Porto e Coimbra, acrescentou.

O medo de perderem o emprego por se ausentarem com tanta frequência é algo que também pesa a estes pais, que podem acabar por pôr em causa o tratamento, alertou o responsável.

Outro problema com que se deparam estes doentes é a redução das dosagens dadas pelos hospitais.

“A associação tomou conhecimento de casos em que se fazia uma determinada dosagem, de determinado valor, e essa dosagem foi reduzida por razões orçamentais”, denunciou.

Segundo Miguel Crato, se se altera dosagem prescrita pelo médico, há riscos de o doente ter hemorragias, “o que efecivamente veio a comprovar-se com crianças”.

“Houve pais que tiveram de alterar as dosagens dos filhos e a incidência de hemorragias aumentou”, sublinhou.

A APH tem queixas a este respeito de todos os hospitais e já deu conhecimento desta situação, no início de Fevereiro, ao Hospital D. Estefânia, em Lisboa, e ao secretário de Estado da Saúde.

Do hospital, obteve a resposta de que “estariam atentos e tudo fariam para que não faltasse tratamento”, mas o problema é que o que está em causa é a medicação para a profilaxia e não para o tratamento em si.

A APH tem 700 pessoas registadas, não só hemofílicos, mas doentes com outros problemas de coagulação, no entanto estima-se que, por cada dez mil nascimentos, haja um caso de hemofilia.

O PÚBLICO tentou contactar o Ministério da Saúde, até ao momento sem sucesso.

Fonte: www.publico.pt