Marcação de consultas, só no último dia do mês, fez morador chegar às 3h30.
Orientação para novos atendimentos é avaliar prioridade, diz Prefeitura.
O aposentado José Gonçalves de Matos diz ter chegado às 3h30 desta segunda-feira (29) para tentar marcar uma consulta na Unidade Básica de Saúde "Doutor Luiz Phelipe Tinoco Cabral", que só abriria às 7h, no bairro Adão do Carmo Leonel, zona oeste de Ribeirão Preto (SP).
Ele foi uma das dezenas de pessoas que, segundo os moradores, se forma no último dia de cada mês, quando a unidade realiza os agendamentos. A situação também prejudica quem depende de receitas médicas para adquirir medicamentos.
Como flagrou a EPTV, nesta segunda-feira não foi diferente. "Eu cheguei muito cedo e se não fizer isso ninguém é atendido", reclamou Matos à reportagem.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que a orientação é de que novos atendimentos sejam agendados de acordo com prioridade do paciente.
Sobrecarga e falta de médicos
Um funcionário ouvido pela reportagem, que prefere não ser identificado, disse que para clínica geral - uma das principais demandas - existem apenas dois médicos na unidade, o que repercute na fila do lado de fora.
A EPTV também tentou, no decorrer da manhã, ligar para os números indicados pela própria UBS como alternativa para agendar consultas, mas não conseguiu falar com ninguém.
"É uma falta de respeito com o ser humano. As pessoas trabalham pagam os impostos e quando precisam não são atendidas. Isso é desagradável", disse Matos.
Na mesma fila que ele nesta segunda-feira estava a aposentada Aparecida de Sousa Longo, que além da demora questiona a falta de segurança nas imediações.
"Depois que uma doutura foi assaltada, ninguém mais quer trabalhar aqui por que não tem segurança", criticou.
O esforço de permanecer à espera nem sempre tem resposta, segundo a vendedora Zila Ferracini do Nascimento, para quem a demora representa mais tempo sem seu remédio para depressão.
"Sem a consulta não tem a receita e sem a receita eu não consigo comprar, porque são remédios controlados. É uma vergonha, quando eles marcam é para daqui dois ou três meses", afirmou.
Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, para evitar filas, a determinação é de que todos os retornos sejam marcados após a consulta do paciente e que a orientação para casos novos é que estes sejam acolhidos e agendados de acordo as prioridades do usuário.
"Informamos ainda que a Secretaria da Saúde tomará as medidas administrativas junto à gerência da unidade", comunicou.
Fonte: G1/Ribeirão e Franca
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.