Idoso conseguiu vaga em UTI depois que polícia foi chamada, em MS.
Ambulância ficou ligada para manter aparelhos funcionando, diz família.
Um morador de Costa Rica, cidade a 338 km de Campo Grande, morreu na madrugada desta segunda-feira (22) depois de ficar 8 horas dentro de uma ambulância em frente ao Hospital Universitário (HU) da capital sul-mato-grossense à espera de uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele morreu no Hospital Regional, onde conseguiu leito depois que a polícia foi chamada.
O HU disse que informou a Secretaria de Saúde de Costa Rica que não havia vaga de UTI disponível. Falou ainda que a família do paciente tentou forçar a entrada dele no hospital.
Segundo informações da família da vítima, Sebastião Nogueria da Silva, de 62 anos, precisava de internação por conta de uma insuficiência respiratória aguda, mas o hospital de Costa Rica não tinha vaga.
A equipe médica local conseguiu autorização da Central de Regulação de Vagas de Mato Grosso do Sul para transferir o paciente para o HU, conforme documento entregue à família.
"Entubaram para garantir a vida dele na viagem e foi liberada vaga pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), que é a central, às 11h16", disse o filho do paciente, Wesley Campos da Silva.
A ambulância de UTI móvel saiu de Costa Rica com o paciente às 12h (de MS) de domingo (21) e chegou no HU por volta das 16h30. No hospital, a família foi informada por funcionários que não havia vaga.
Enquanto a família tentava resolver o problema, o idoso ficou dentro da ambulância, em frente ao hospital, por 8 horas. Durante esse tempo, a UTI Móvel teve que ficar ligada para manter o funcionamento dos aparelhos essenciais ao paciente.
Segundo a filha de Sebastião, Tatiane Maria Campos Silva Rodrigues, uma enfermeira do hospital disse que a vaga do paciente tinha sido errada, porque o HU estava sem leito, e orientou que a família ligasse para a Central de Regulação de Vagas para tentar transferência para outro hospital.
"A gente mostrando o papel, falando que era para lá, e eles falaram que não, que não tinha vaga, que não tinha como atender, porque tinha muito paciente. Questionamos a enfermeira do hospital, ela falou que a vaga tinha sido errada porque não tinha leito para ele lá, que era pra gente ligar pra Central e vir para outro hospital. Para a gente esperar que de quatro a cinco horas ia sair vaga em outro hospital, só que a gente não podia sair de lá porque a nossa vaga era para lá", explicou a filha.
Diante do impasse, a família resolveu chamar a polícia. O idoso conseguiu vaga em outro hospital depois que o delegado Hoffman D'ávila, da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Piratininga, chegou no HU.
"É um absurdo. Eu fiquei pasma de ver a forma que a gente foi tratado lá. Eu já fui em outros lugares e nunca vi um pessoal tão mal educado. Sinceramente, eu fiquei boba de ver como eles tratam as pessoas", desabafou a filha.
Fonte: G1/MS
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.