Perícia com odontolegista vai descobrir se são do pai ou da mãe as mordidas encontradas no corpo da criança morta após ser jogada no chão
O entregador André Luis de Souza, de 22 anos, e sua mulher, Tainara Araújo, de 19 anos, presos pelo assassinato do filho, um bebê de apenas dois meses, serão submetidos à perícia com odontolegista nos próximos dias.
A delegada Anaíde Barros, responsável pelas investigações, solicitou o exame para saber de quem são as seis mordidas identificadas no corpo da criança.
O menino, Josué Araújo, apresentava ferimentos recentes e cicatrizes de antigas mordidas. Os dois terão as arcadas dentárias analisadas e comparadas com as marcas do corpo do bebê.
Presos na madrugada de domingo, no hospital para onde levaram o bebê já sem vida, André e a mulher foram autuados em flagrante por homicídio qualificado. Tainara está presa na Penitenciária Ana Maria do Couto, enquanto o marido está no Centro de Ressocialização (CRC) do Carumbé.
A mãe confessou que discutia com o marido quando ele, num momento de fúria, jogou a criança no chão. Josué Araújo morreu de traumatismo craniano quase três dias depois da agressão.
No sábado Tainara percebeu o hematoma na cabeça do filho, mas o marido, segundo ela, decidiu que não o levaria ao hospital porque as mordidas expostas no corpo da criança poderiam prejudicá-los.
O principal temor do casal, conforme confissão na polícia, seria a perda da guarda do filho. A decisão de buscar atendimento médico só ocorreu depois que o bebê entrou em convulsão.
Para hoje, às 14 horas, está agendado o depoimento da avó materna de Josué Araújo. A mãe da garota já declarou informalmente à polícia que o genro não deixava a mulher falar com a família, que é evangélica.
A proibição teria como justificativa o entendimento dele de que a aproximação com a família poderia fazer a mulher se voltar contra ele ou, até, tentar desviá-lo do “mau caminho”.
O casal, que se relacionava há três anos, casou-se formalmente em 2012. Em uma pequena casa alugada, no Ribeirão do Lipa, eles viviam em condições precárias. Um colchão de casal e um fogão seriam os únicos móveis da família.
Essa falta de condições financeiras seria a principal causa das brigas do casal. A mulher queria que o marido, que trabalhava como entregador temporário, tivesse um emprego fixo, com carteira de trabalho assinada.
De acordo com informações preliminares, André teria passagem policial por envolvimento em delitos quando era adolescente, chegando a cumprir medida sócio-educativa no Pomeri.
A delegada Anaíde Barros informou que até o momento as investigações não apontaram para envolvimento do casal, ou mesmo do marido, com uso de droga.
Fonte: Diário de Cuiabá
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.