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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Médico diz que seu nome foi usado indevidamente em laudo da ditadura militar

Uma testemunha de um caso de tortura e morte durante a ditadura militar causou surpresa em audiência pública da Comissão Nacional da Verdade realizada nesta sexta-feira (24), no Rio de Janeiro. O médico Hargreaves Figueiredo Rocha, que trabalhou por 37 anos no Exército, não reconheceu sua participação em laudo que atesta que o sargento da polícia militar da Guanabara Severino Viana Colou se suicidou na prisão.

O nome do médico está claramente escrito no laudo de necropsia e há uma rubrica onde é possível ler "Figueiredo". No entanto, Rocha, 82 anos, afirmou que era clínico-geral no Hospital Central do Exército, em maio de 1969, quando ocorreu a morte.

"Ignoro totalmente o caso. Eu assinei laudo de necropsia? Isto está equivocado. Nunca fiz um laudo de necrópsia. Tratei crianças por 50 anos. Na minha atividade como médico, jamais admitiria isso que vocês estão narrando aqui (um laudo falso). Não tenho nada a ver com o que se passou no exército. Botaram meu nome aí. Isso está errado. Isso para mim é novidade. Não assinei nada. Se morresse ontem, não teria sabido disso", afirmou Rocha.

A conselheira da comissão, Rosa Cardoso, considerou grave a constatação. "Isso confirma que o exército adulterava laudos. Vamos fazer uma investigação para tentar averiguar como o nome do doutor Hargreaves apareceu neste laudo", disse.

Alguns presentes à audiência mostraram indignação com o médico chegando a pensar que ele estivesse mentindo. Rocha chegou a dizer, inclusive, que jamais viu qualquer tortura ou corpos torturados no hospital em que trabalhava.

"Na minha passagem pelo exército, não reconheci nada que falaram aqui. Minha vida lá foi tranquila exercendo a medicina dentro da ética médica. Eu servi em lugares que não tinham nada a ver com o que vocês estão retratando aqui", garantiu.

Fonte: UOL