Minha foto
Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Socorro médico demora e criança picada por escorpião morre em AL

Pais alegam que houve negligência durante atendimento médico.
Menina passou por três unidades de saúde, mas não resistiu.


Uma sucessão de fatores registrados durante o atendimento médico em unidades de saúde pública de Alagoas resultou, na madrugada desta terça-feira (14), na morte de uma menina de 4 anos que foi picada por um escorpião no bairro do Jacintinho, em Maceió. Segundo os parentes de Laura Kauane da Silva Santos, a demora e os embaraços gerados nas unidades de saúde durante o socorro da criança foram determinantes para óbito.

“Nunca imaginei que um dia iria precisar trocar a certidão de nascimento da minha filha que tanto amava por uma certidão de óbito. Isso aconteceu por negligência médica diante de profissionais que duvidaram da gravidade do problema e alegaram que não era possível achar uma vaga na UTI para uma menina de 4 anos”, expôs Roosevet Silva dos Santos ao lamentar chorando por não ter conseguido salvar a filha e alegar que vai buscar ajuda para que o caso que ele classifica como negligência seja apurado.

Segundo ele, Laura Kauane disse à mãe na manhã da segunda-feira (13) que havia sido mordida por uma barata. Ao apresentar febre e vômito, ela foi encaminhada pelos pais ao Mini Pronto Socorro do Jacitinho. “Ela já estava mal e o estado de saúde só piorava. Mesmo assim, a médica demorou a atendê-la e a liberar a ambulância para que Kauane fosse socorrida em outro lugar. Quando a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou só havia motorista e nenhum paramédico”, contou Roosevet.

Com estado de saúde já bastante agravado a menina foi levada ao Hospital Hélvio Auto, onde foi constatado que o problema estava sendo provocado por veneno de escorpião. “Como a equipe médica avaliou que o veneno estava muito espalhado, recomendou que ela fosse para o Hospital Geral do Estado (HGE). Lá, depois de muita negociação, Laura foi entubada e sedada, mas não resistiu a duas paradas cardíacas e acabou morrendo”, relatou o pai da criança ao revelar que o atendimento médico foi negligente e conturbado em todas as unidades de socorro que a família passou.

Laura Kauane foi enterrada na manhã desta terça-feira (14) no cemitério público São José, em Maceió. Já a mãe, Aline Rafaela, entrou em choque devido à perda da filha e precisou ser internada.

Secretaria de Estado da Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) se pronuciou, por meio de nota oficial à imprensa, informando que a paciente recebeu todos os cuidados necessários.

Veja a nota na íntegra
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informa que a paciente L.k.A.S. vítima de uma picada de escorpião, recebeu atendimento médico adequado no Ambulatório 24 Horas João Fireman, no bairro Jacintinho. Esclarece que a paciente deu entrada na unidade às 10h15 do dia 13 de janeiro de 2014, apresentado náuseas e vômito, conforme descrição da Ficha de Atendimento Ambulatorial.
Após ser examinada por uma médica pediatra que se encontrava de plantão, a paciente foi medicada, estabilizada e encaminhada até o Hospital Escola Hélvio Auto (HEHA), que é especializado para o atendimento a vítimas de escorpião. A Sesau ressalta que a paciente foi transferida por uma Ambulância Cidadã, sob a supervisão de uma técnica de enfermagem, e não em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
No HEHA, a paciente recebeu atendimento médico especializado e o soro antiescorpiônico, que é uma solução injetável de imunoglobulinas específicas purificadas e concentradas. Como o quadro clínico da paciente se agravou, ela foi encaminhada para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde foi entubada, mas, evoluiu para óbito, mesmo recebendo todos os cuidados necessários.

Fonte: Globo.com