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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Mulher descobre que foi trocada na maternidade após 31 anos

Moradora de Miracatu, SP, quer realizar o sonho de conhecer os familiares.
Mãe da mulher também começou campanha para achar a verdadeira filha.


“Parece história de novela”. É assim que Denise Correa, moradora de Miracatu, no interior de São Paulo, define a situação que ela vive há dois anos. Aos 31 anos, ela descobriu "sem querer" que não é filha biológica da mãe que a criou a vida toda. Do outro lado, a mãe de Denise também sempre acreditou que ela era sua filha biológica. Após a descoberta, Denise começou uma campanha e entrou com uma ação judicial contra o hospital onde nasceu para tentar descobrir quem são seus verdadeiros pais biológicos.

Apesar de morar e ter sido registrada em Miracatu, Denise nasceu no Hospital Santo Antônio de Juquiá, no interior de São Paulo, no dia 20 de outubro de 1979. Ela conta que descobriu que foi trocada porque teve que fazer um exame de DNA para seu suposto pai reconhecer a paternidade. “Como minha mãe engravidou de mim na adolescência, meu pai não quis me registrar como filha legítima. Eu só conheci ele com 15 anos e ele disse que só me registraria com a comprovação por DNA. Demorou anos até conseguirmos fazer o exame, e há dois anos recebi o resultado e a surpresa de que nem meu pai nem minha mãe são legítimos", afirma.

A notícia surpreendeu toda a família e causou uma crise de identidade em Denise. “Para todos nós foi uma surpresa muito grande. De início você não acredita, não aceita. Só via isso na televisão. De repente você olha para sua mãe, irmão, sobrinho e vê que é um estranho que está ali, que caiu ali por acaso”, desabafa Denise.

Ela chegou a procurar o Hospital de Juquiá em busca de alguma explicação sobre a suposta troca de bebês no dia de seu nascimento. “O hospital alegou que houve uma enchente nos anos 90 e que perderam todos os documentos dos anos anteriores. E eu fui registrada na cidade vizinha, então as crianças que nasceram no mesmo dia que eu podem ter sido registradas em outras cidades também. Tem uma hora que você não quer continuar vivendo nessa mentira. Se tem uma verdade eu vou atrás dela”, garante.

Com isso, ela resolveu entrar com uma ação judicial contra o hospital. “Nunca achei que eu era parecida com a minha mãe. Acreditava que eu poderia ter puxado a família do meu pai. Por isso insisti em me aproximar dele. Aí descubro tudo isso. Foi uma queda muito grande. Mexeu com a minha cabeça e dos meus filhos. Hoje eu preferia nunca ter descoberto isso. Afinal, quem sou eu? O hospital tem a obrigação de me dar uma resposta”, comenta.

A mãe de Denise, Dalila Correa, também é vítima nesta história. Ela se uniu à filha na luta para descobrir a verdade. “Você só vê isso na televisão. Carrega uma criança nove meses e na hora de sair da maternidade você sai com outro bebê. Depois de 31 anos minha vontade é encontrar minha filha. Será que a minha filha está aqui perto e eu não sei? Vejo na cidade pessoas parecidas comigo e fico pensando: será que é? Não tem dinheiro que pague, mas eles têm que arcar com esse erro”, reclama Dalila.

Agora mãe e filha procuram a verdade. Uma em busca dos pais e outra em busca da filha biológica. “Eu tenho o direito de saber. Preciso conhecer os meus pais. Me olho no espelho e fico me perguntando de quem eu puxei os traços. Parece história de novela. Nunca imaginei que isso aconteceria na minha família”, lamenta Denise.

Em nota, a prefeitura de Juquiá afirma que antes do ano 2000 os arquivos do Hospital Santo Antônio não eram digitalizados. Além disso, a prefeitura garante que, no momento, funcionários do Departamento Municipal de Saúde estão fazendo a busca por esses documentos de maneira manual. Por enquanto nada foi encontrado.

Fonte: Globo.com