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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

domingo, 13 de março de 2016

Quem mais previne erros médicos em hospitais? Mães e pais, diz pesquisa

Apesar de todo avanço científico e em tecnologia incorporados pelos hospitais, o recurso que mais tem funcionado para a prevenção de erros nessas instituições de saúde é o mais antigo que existe: as mães e os pais. Segundo estudo feito nos Estados Unidos, eles notam mais erros médicos em seus filhos que as equipes de especialistas.

A pesquisa, que foi publicada no periódico científico de medicina Jama, mostra que cerca de um em cada dez pais já encontrou algum erro médico que não foi percebido pelos profissionais. "Os hospitais são lugares muito complexos, onde há um grande movimento de pessoas e aparelhos, e os erros podem acontecer a qualquer momento, apesar de todos os esforços", diz Alisa Khan, autora do estudo e pesquisadora de Harvard e do Hospital Infantil de Boston, em reportagem da Reuters.

O estudo envolveu 383 crianças hospitalizadas entre os anos de 2013 e 2014. A partir de questionários, os pesquisadores puderam contabilizar 34 pais (8,9%) que relataram, ao todo, 37 incidentes de segurança. Dentre os erros, 23 eram falhas médicas, sendo que 30% deles causaram danos ou problemas que poderiam ter sido evitados.

Foram relatados casos de demora na detecção de objetos esquecidos no corpo das crianças após procedimentos cirúrgicos, problemas de retenção urinária não percebidos, atrasos para receitar e ministrar medicações, dentre outros. Em um dos casos, uma ferida mal revestida foi contaminada por fezes. Em outro, uma criança contraiu uma infecção provocada por um cateter deixado em seu corpo.

Crianças que passam por erros médicos acabam ficando mais tempo internadas e mais propensas a complicações metabólicas ou neuromusculares, concluiu o estudo. Segundo os pais, o problema na comunicação com os médicos e enfermeiros é um dos fatores que contribuem para uma série de erros. Isso inclui falhas na transmissão de informações em trocas de equipe e registros feitos erroneamente em prontuários médicos substituídos.

A pesquisa, feita nos EUA, também mostra que crianças de pais que não falam o idioma do país são mais vulneráveis à consumação do erro médico.
Equipe de médicos, enfermeiros, mães e pais

Para Daniel Neuspiel, pesquisador da área de pediatria da Universidade da Carolina do Norte, "os médicos muitas vezes podem não estar cientes de erros que afetam os seus pacientes". Tal dificuldade poderia ser contornada com a valorização da participação das mães e pais no tratamento da criança.

"Os pais podem perceber coisas diferentes e fornecer informações complementares que ajudariam a tornar o tratamento mais seguro", diz Alisa Khan, do Hospital Infantil de Boston. O estudo liderado por ela sugere que a família é um recurso para melhorar a segurança hospitalar, mas que ainda é pouco aproveitado.

Fonte: UOL