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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Família denuncia morte de gêmeos 10 horas após parto por falta de UTI

Bebês nasceram prematuros aos sete meses, em Pirenópolis, GO.
Secretaria diz que vagas só surgiram cinco horas após morte das crianças.


Um casal de bebês gêmeos morreu dez horas após o parto em Pirenópolis, a 121 km de Goiânia. A família afirma que eles não conseguiram vagas em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal para as crianças, que nasceram prematuras aos sete meses de gestação.

Segundo o enfermeiro que acompanhou o parto, as crianças tinham chances de sobreviver se tivessem conseguido a transferência. "Tinham grandes chances, um deles nasceu com 2 kg e o outro com 1,920 kg. Eles nasceram até bem, com situação boa, com os batimentos bons. Mas com o decorrer [do tempo] foi abaixando" afirma o enfermeiro Daniel Gonçalves Ferreira.

Segundo os pais, o drama da gestante começou no sábado (26), quando ela sentiu fortes dores, e a família pediu ajuda do Corpo de Bombeiros para levar a mulher a um hospital em Anápolis, a 63 km de Pirenópolis, mas afirma que não conseguiu o serviço.

"Procuramos o serviço de bombeiros e eles disseram que, dentro do carro em que ela [a gestante estava, ela estava bem mais confortável e que não adiantiaria eles trazerem, sendo que eu disse que ela já estava sangrando, passando muito mal, sentindo muita dor. E ele falou que não adiantiaria eles trazerem porque aqui só atende emergência", afirma o pai dos bebês, Daniel Tomás de Almeida.

Com medo de fazer a viagem até a cidade vizinha de carro, o pai dos bebês optou por levar Cláudia ao Hospital Estadual Ernestina Lopes Jaime, em Pirenópolis. A esperança dele era conseguir uma ambulância, mas a mulher já estava em trabalho de parto e os bebês nasceram.

Por serem prematuras, as crianças precisavam ser transferidas para uma UTI neonatal em outra unidade de saúde. Funcionários do hospital e familiares afirmam que buscaram vagas, mas não encontraram em Anápolis, nem em Goiânia. Dez horas após o parto, os bebês não resistiram e morreram.

"Precisava de aparelho pra respirar, infelizmente Pirenópolis não tem estrutura para receber recém-nascido, principalmente nesse estado que eles nasceram", lamenta a avó dos bebês Neliana Tomás de Almeida.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a corporação não negou atendimento e o pai dos bebês foi quem optou por levar a mulher até o hospital no próprio carro porque o transporte com os bombeiros não poderia ser feito direto para Anápolis ou Goiânia.

A Secretaria Estadual de Saúde disse que as vagas em UTI neonotal só surgiram 15 horas depois do pedido, em Aparecida de Goiânia, mas as crianças já tinham morrido. A secretaria afirma ainda que nesta semana devem ser inaugurados dez novos leitos em UTI neonatal em Goiânia.

Fonte: Globo.com