Adolescente morreu com meningite após ser atendida cinco vezes em unidades de saúde de Ribeirão Preto
A Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto, no interior paulista, afastou nesta quarta-feira, 28, os médicos envolvidos no atendimento a uma adolescente de 16 anos que morreu em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com suspeita de meningite, após passar cinco vezes por três postos de saúde e não ter a doença diagnosticada. A prefeitura não informou quantos profissionais foram afetados pela medida.
Gabriela Zafra sofreu uma parada cardíaca na madrugada do último dia 16. Até então, nenhum exame havia sido pedido para a paciente. A adolescente chegou a receber o diagnóstico de intoxicação alimentar, virose, torcicolo e até caxumba das equipes que a atenderam.
O secretário municipal de Saúde, Stênio Miranda, foi voluntariamente à Câmara Municipal anteontem para prestar esclarecimentos sobre o caso. Segundo Miranda, o afastamento ``é uma resposta à família e à população``. Ele ressaltou que o diagnóstico de meningite ``não é difícil, uma vez que há sintomas que se manifestam como dor de cabeça e vômito``.
Miranda foi sabatinado pelos vereadores por mais de duas horas. Questionado sobre a situação do setor de saúde em Ribeirão Preto, o secretário alegou que ``faltam médicos para atender à demanda de pacientes``.
A prefeitura abriu uma investigação interna. Na Secretaria de Saúde, uma comissão apura como Gabriela foi atendida a cada vez que procurou a rede pública. Para isso, o prontuário da paciente está sendo levantado e será analisado. O caso também é investigado pela Polícia Civil, Ministério Público Estadual (MPE) e Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).
Manifestação. A morte da adolescente provocou um protesto de cerca de 150 pessoas na frente da prefeitura, na sexta-feira passada.
Depois da manifestação, a prefeita Dárcy Vera (PSD) recebeu em seu gabinete o irmão de Gabriela, o estudante Gustavo Henrique da Silva, de 19 anos. Durante o encontro, Dárcy e o rapaz ficaram de joelhos e a prefeita admitiu que houve falha no atendimento da adolescente e prometeu uma investigação rigorosa.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.