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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Medo de bullying levou mãe de criança morta em cirurgia a buscar plástica

Hospital disse que menina teve reação alérgica à anestesia; mãe acredita em negligência

A menina Raphaela Oliveira de Loiola, de dois anos foi enterrada por volta das 8h30 desta quinta-feira (22), no Cemitério de Campo Limpo Paulista, cidade a 62 km de São Paulo.

A família da menina de dois anos que morreu durante uma cirurgia plástica na última terça-feira (20) tinha medo que a criança sofresse bullying por causa do problema nos olhos. O hospital informou que a menina teve uma reação alérgica à anestesia. Os parentes falam em erro médico.

A criança estava ansiosa pela cirurgia e sabia exatamente o que estava fazendo no hospital: ficar mais bonita. Ela quis até tirar fotos.

A operação foi muito esperada pela família e pela criança, como conta a mãe da menina, Viviane Loiola.
— Ela falava assim: "Eu vou ficar com olhinho de princesa" e erguia assim (as pálpebras)

Apesar da pouca idade da menina, apenas dois anos, a mãe queria evitar sofrimentos no futuro. Raphaela nasceu com ptose, quando a pele da pálpebra cobre os olhos. Viviane tinha o mesmo problema e passou pelo mesmo procedimento quando era jovem. — E como eu tive e era muito ruim na escola; vai crescendo, as pessoas vão tirando sarro, vai sofrendo bullying, aquelas coisas todas.

A menina morava em Campo Limpo Paulista, a 40 km de São Paulo. Depois que os pais decidiram pela cirurgia, Raphaela passou a sair da pequena cidade para fazer consultas no Hospital Santa Marcelina, na zona leste da capital.

A criança fez três consultas antes da operação, além de vários exames, que não mostraram nenhuma alteração.

No dia marcado para a cirurgia, a família saiu cedo de casa. Raphaela estava em jejum. A operação que seria ao meio-dia atrasou e só foi começar seis horas depois. A menina foi para o centro cirúrgico ao lado da mãe.

Segundo Viviane, o médico pediu que ela saísse para anestesiar a criança. A mãe chegou a ver que ele pegou a máscara anestésica, usada em crianças desta idade, mas acabou usando uma injeção.

— Não sei o que foi, ele (o médico) não inalou. Eu sei que ele colocou um líquido, acho que é o líquido da anestesia, na veia e deu nela. É um líquido branco, daí ela já apagou. Daí ele falou: "Agora você não pode ficar mais aqui, agora você tem que sair".

Três horas depois os pais receberam a notícia de que a menina havia morrido. O hospital informou que a criança teve uma reação alérgica à anestesia. A família fez um boletim de ocorrência. O delegado registrou a morte de Raphaela como suspeita.

Os pais também receberam um documento assinado por uma médica, indicando o que pode ter acontecido com a filha. Segundo o documento, Raphaela teve uma hipertermia maligna, um processo alérgico causado pelo uso de anestésico.

O pai da criança, Cláudio Loiola, disse que a filha nunca teve alergia a nada.
— Sadia, nunca apresentou nada de errado, normal. Dos medicamentos que ela já tomou, nunca apresentou nada de errado
Raphaela completaria três anos no começo de setembro. Era a filha caçula. Para Viviane, vítima de um erro médico.
— Eu acho que eles erraram em alguma coisa nessa anestesia. Não sei se realmente tem esse teste antes da anestesia que tem que fazer pra ver se realmente... eu não sei se existe, se tem. Se tem, eles erraram, porque não fizeram.

Fonte: R7