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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia do Rio tem medicamentos vencidos, paredes descascando e partes do teto caindo

Segundo técnica de enfermagem, ratos e baratas andam sobre panelas na cozinha

Um dia após o afastamento do provedor da Santa Casa de Misericórdia do Rio, Dahas Zarur, a reportagem da Rádio Globo flagrou diversas irregularidades no Hospital Geral da instituição, localizado no Centro da capital fluminense. Entre elas, medicamentos vencidos, paredes descascando, teto caindo, falta de papel higiênico nos banheiros, portas quebradas e poeira pelos corredores. Segundo uma técnica de enfermagem que pediu para não ser identificada, a situação da cozinha é precária. Ela conta que há até ratos no local.

— Em relação à alimentação dos pacientes, a cozinha está um nojo. Não sei nem como [os funcionários] cozinham ali, porque tem ratos passeando sobre as panelas, sobre a bancada. O prédio por dentro está todo rachado, tem tanto cupim que a madeira está se desfazendo. Tem que ter uma fiscalização dentro da Santa Casa, principalmente na cozinha do hospital, porque se o paciente comer aquela comida, com certeza não vai sair daqui [da unidade] vivo.

Ainda de acordo com a técnica de enfermagem do Hospital Geral da Santa Casa de Misericórdia do Rio, a falta de infraestrutura obriga os funcionários a pedir para os pacientes levarem sua própria roupa de cama para internação.

— Temos que pedir para os pacientes e familiares trazerem roupa de cama, dipirona [remédio contra dor muscular] e medicamento para pós-operatório. Acabou a filantropia. É só 'pilantropia' — afirmou a técnica de enfermagem que trabalha no local há 15 anos.

A funcionária denuncia outros problemas. Segundo ela, após uma cirurgia, o hospital dispunha apenas de duas bolsas de soro, quando seu superior perguntou: 'Quem é do SUS e quem é particular? Para quem você acha que eu vou dar o soro?'.

Ainda de acordo com a funcionária, um aparelho de ressonância magnética, que foi doado à Santa Casa para realizar atendimento gratuito, é usado apenas mediante pagamento de R$ 800 ou R$ 400, caso o paciente seja funcionário.

Quando perguntada sobre um lustre do século XVIII de 3 metros de comprimento que desapareceu da capela da unidade, a enfermeira lembrou ainda que um caixa eletrônico também foi roubado sem que ninguém visse.

— Tem coisas que não dá para explicar — lamentou.

Um funcionário da limpeza, que trabalha na unidade há 14 anos, conta que os empregados têm trabalhado com salários atrasados.

— Até os médicos, para receber, têm que entrar em greve. O nosso dissídio está atrasado. Até uma verba do SUS, que temos direito, não recebemos. Tem gente trabalhando com salários atrasados.

Depois do escândalo envolvendo o comércio ilegal de sepulturas nos cemitérios administrados pela Santa Casa de Misericórdia, o provedor da instituição, Dahas Zarur, foi afastado do cargo nesta quinta-feira, a pedido da Delegacia Fazendária. Os bens e as contas bancárias de Zahur também foram bloqueados.

Em nota, a Santa Casa da Misericórdia do Rio informou que passa por uma crise financeira crônica desde que foi descredenciada pelo Sistema Único de Saúde.

Fonte: Rádio Globo