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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

“As pessoas falham”, diz enfermeira sobre sobrecarga de trabalho

Uma das grandes causas de erros em qualquer ambiente de trabalho é a sobrecarga de trabalho. Em um hospital isso é problemático, pois erros causados por excesso de horas na ativa podem impactar na assistência a um paciente.

Rafaela Andolhe, professora adjunta do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria – (UFSM) e doutora em Enfermagem na Saúde do Adulto pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), acredita que na UTI isso pode ser ainda mais arriscado: “Tais falhas ocorrem por uma conjunção de fatores, dentre eles, aqueles relacionados aos fatores humanos como o estresse, burnout e satisfação profissional”.

IBSP – Por que ocorrem erros por parte da equipe de enfermagem em hospitais?
Rafaela Andolhe – Erros no cuidado ao paciente são indesejáveis, porém eles acontecem, pois a assistência é prestada por pessoas e elas falham. E elas ocorrem por uma conjunção de fatores, dentre eles, aqueles relacionados aos fatores humanos como o estresse, burnout e satisfação profissional.

IBSP – A carga de trabalho elevada pode interferir nessa qualidade do atendimento?
Rafaela Andolhe – A alta carga de trabalho pode ser considerada um dos fatores relacionados à estrutura, ao processo de trabalho. Quando falo de carga de trabalho, é possível considerar as cargas psíquicas e os recursos humanos inadequados. É importante também considerar as demandas de cuidado do paciente, como o paciente crítico, por exemplo, que demanda atenção intensa, cuidados complexos, maior utilização de artefatos terapêuticos e, por vezes, maior tempo de internação. Esses pacientes são apontados por diversas pesquisas como os mais suscetíveis aos eventos adversos ou incidentes. Nesse sentido, a alta carga de trabalho de enfermagem tem associação com a ocorrência de erros, como temos observado na literatura e em nossos estudos.

IBSP – Na UTI isso é ainda mais perigoso?
Rafaela Andolhe – Sim, é. Como afirmei anteriormente, o paciente de UTI demanda maior atenção e cuidado, maior uso de medicamentos, artefatos terapêuticos, exames e procedimentos. Em consequência disso, é alto o custo do cuidado nessa unidade. Assim, a avaliação da carga de trabalho de enfermagem surgiu da necessidade de gestores e gerentes otimizarem os recursos humanos e materiais, bem como diminuir custos e manter uma assistência de qualidade ao paciente em UTI.

IBSP – Para evitar que falte profissional (já que isso também é um custo), existem instrumentos de mensuração de carga de trabalho?
Rafaela Andolhe – Sim. Vários instrumentos já foram utilizados com esse fim. O TISS e Nursing Activities Score (NAS) são exemplos, sendo que o NAS vem sendo bastante utilizado no Brasil e em diversos países.

Fonte: IBSP - Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente