O ``ranking`` dos cirurgiões britânicos levará em conta a gravidade dos casos para não prejudicar bons cirurgiões
O Serviço Nacional de Saúde britânico (National Health Service - NHS) começará a publicar, a partir de meados do ano que vem, listas indicando quantos pacientes morreram após ser operados por cirurgiões de várias especialidades.
O ``ranking`` dos cirurgiões britânicos levará em conta a gravidade dos casos para não prejudicar bons cirurgiões que tentaram, sem sucesso, salvar vidas em casos de alto risco. Ainda assim, a medida é polêmica, já que cirurgiões de casos mais complexos e graves temem ter sua performance mal avaliada.
A nova regra resulta de um inquérito, em 2001, envolvendo um hospital na cidade inglesa de Bristol onde, inexplicavelmente, vários bebês estavam morrendo após cirurgias no coração.
Dados sobre quantos pacientes morreram após ser operados por cardiologistas britânicos já são disponibilizados há cerca de dez anos (embora, segundo o jornal britânico Daily Telegraph, os números não tenham sido atualizados desde 2009).
A novidade, agora, é que várias outras especialidades serão incluídas na lista, como cirurgias para reposição de joelhos e quadris, cirurgias da nuca e cabeça, cirurgias para obesidade e outras.
O diretor do NHS, David Nicholson, disse que o objetivo principal do ranking é permitir que os cirurgiões comparem seu desempenho, o que, por sua vez, geraria pressão para que melhorem cada vez mais.
Ele disse que, segundo evidências, pacientes tendem a não acessar informações tão detalhadas.
`Confundir pacientes`
Alguns médicos são contrários à ideia de publicar essas informações, temendo que possam ser mal interpretadas e que os médicos sejam injustamente criticados.
Mark Porter, presidente da Associação dos Médicos Britânicos, disse que ``mais precisa ser feito para assegurar que dados sobre o desempenho de especialistas tenham significado real``.
``Índices básicos de mortalidade por si só podem confundir pacientes porque não levam em conta outros fatores que podem ter contribuído para a morte de um paciente``, disse Porter.
Para Anna Dixon, do think tank King`s Fund, voltado a políticas de saúde, o ranking pode ser positivo porque as informações compiladas tendem a ser usadas mais pelos próprios cirurgiões do que pelos pacientes.
Fonte: BBC Brasil
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.