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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Técnicas minimamente invasivas chegam ao consultório odontológico

O conceito de preservação dos tecidos utilizando técnicas menos invasivas tem sido usado cada vez mais nas áreas da saúde

Cirurgias e procedimentos que antigamente eram realizados de forma muito mais agressivas, hoje estão sendo substituídos por técnicas mais modernas, com resultados muito melhores para os pacientes, além de pós-operatórios e recuperações mais rápidas e confortáveis.

Essas técnicas conhecidas como "minimamente invasivas" são usadas hoje na cirurgia geral, cirurgias cardíacas, dermatologia, neurologia, cirurgias da coluna entre diversas outras. Antigamente, há 50 anos, para um médico retirar um apêndice, eram necessárias grandes incisões com a finalidade de "ver" os órgãos. Hoje uma cirurgia como essa pode ser realizada através de pequenos orifícios, pelos quais o cirurgião acompanha suas intervenções com uma câmera, e instrumentais menores e muito menos agressivos.

Na odontologia não é diferente. Grandes avanços tecnológicos estão chegando para facilitar o trabalho do especialista e trazer benefícios para os pacientes. Exames como tomografias computadorizadas permitem ao dentista saber a espessura do osso, a posição da arcada dentária e a relação com estruturas da face como nervos e artérias, permitindo escolher o tamanho e posição do implante que substituirá um dente natural, por exemplo.

Atualmente é possível examinar os dentes dos pacientes com câmeras de vídeo intra-orais, detectar cáries com aparelhos de laser e marcadores químicos ou ainda com RaioX digital. Depois de detectadas, as cáries iniciais podem ser tratadas com auxílio de lentes de aproximação microscópicas e instrumentos adequados à odontologia "micro-invasiva", promovendo a preservação dos tecidos dentais.

O barulhinho do motor e da broca aos poucos estão sendo substituídos pelos aparelhos de laser que "cortam" seletivamente o esmalte dos dentes. Substâncias químicas como um gel de papaina (enzima extraída da casca do mamão) em 30 ou 40 segundos "atacam" o dente infectado, limpando-o e permitindo rapidamente uma restauração de resina no local.

Pontas diamantadas em aparelhos de ultrassom removem somente o tecido cariado, sem necessidade do uso da anestesia. Outra técnica são os "jatos" de partículas de óxido de alumínio ultrafino, que também removem a cárie dental.

Além de todas essas técnicas já conhecidas, pesquisas recentes trouxeram ao mercado brasileiro um novo tratamento micro-invasivo para cáries iniciais e localizadas entre os dentes. Seu objetivo é preencher com uma resina os poros do esmalte dos dentes afetados pela cárie, impedindo a progressão da lesão cariosa. Com o uso da broca parte do dente saudável sempre é removido, e com essa técnica que não necessita do "motorzinho", o paciente preserva as estruturas dentais.

Os materiais utilizados na odontologia também evoluíram. Antigamente as restaurações eram feitas com amalgama (mistura de mercúrio com prata), um material que para ser aplicado era necessário remoção de grande parte da estrutura sadia do dente, para ser compactado na cavidade dental, além de não aderir muito bem à superfície. Hoje, além de não serem tóxicas, as resinas podem restaurar um dente cariado com pouquíssima destruição dos tecidos saudáveis, com a vantagem de ficarem aderidas aos dentes, impedindo uma nova infiltração.

Na área da estética odontológica, mudanças de cor, forma e posicionamento dos dentes podem ser realizadas em curto espaço de tempo e com mínimo desgaste dental. As facetas de porcelana são ótimas opções para a maioria dos "defeitos", como espaços entre os dentes e má-posição dental, corrigindo-os em apenas duas sessões de tratamento. A mais recente novidade é uma técnica conhecida como "lentes de contatos", que são lâminas de porcelanas de espessura tão fina (0,2 mm), que se assemelham às lentes de contato usadas para correção da visão ou modificação da cor dos olhos. Essa é uma grande inovação em relação às facetas de porcelanas, porque nesse tratamento não há necessidade de desgaste do esmalte dental.

A chegada de mais técnicas minimamente invasivas facilitam o trabalho dos especialistas da área e, principalmente, possibilitam que a população cuide dessa parte tão importante do seu corpo. Não se trata apenas de um sorriso bonito. Saúde bucal faz parte de uma vida saudável e feliz.

Por José Augusto de Souza Negrão - cirurgião-dentista graduado em Odontologia pela Universidade de São Paulo (USP)-FOB Bauru, Especialista Buco-Maxilo-Facial pelo CFO e CROSP, Especialista em Anatomia da Cabeça e Pescoço pela USP; Especialista em Saúde Pública pela USP/Ribeirão Preto e em Administração Hospitalar pela FGV-SP. Também é Mestre em laser pelo IPEN - USP e credenciado em implante e prótese pelo Branemark Osseointegration Center, além de ser membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Estética e sócio-diretor da Clínica Smile Again, em São Paulo.

Fonte: Último Segundo