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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico, Odontológico e da Saúde (FMRP-USP). Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado do curso de Bioética e Biodireito do HCor. Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Erro na medicação: crianças correm mais risco

Pesquisa aponta que quase 67% dos erros se referem ao preparo e mais de 87% são erros relacionados à administração de medicamentos

Erros de preparo e administração de medicamentos são comuns no ambiente hospitalar. Este risco é ainda maior quando se trata de pacientes pediátricos. Uma análise das ocorrências de erros desta natureza, realizados em uma enfermaria pediátrica, apontou que quase 67% dos erros se referem ao preparo e mais de 87% são erros relacionados à administração de medicamentos. E a maioria dos erros está relacionada aos processos de trabalho e não ao profissional isoladamente.

Os dados são da dissertação apresentada no final de abril na Escola de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), que concluiu que os erros de administração medicamentosa, um grave problema de saúde pública, ocorrem em todas as etapas do sistema de medicação, trazendo prejuízos tanto para o paciente e seus familiares quanto para os profissionais e sistemas de saúde. A pesquisa recomenda que a detecção desses erros em potencial seja uma rotina, apontando as fragilidades do sistema e permitindo melhorá-lo.

A pesquisa foi desenvolvida pela farmacêutica Suiane Baptista em uma enfermaria pediátrica de um hospital público do Rio de Janeiro, com orientação do pesquisador do Departamento de Administração e Planejamento em Saúde Pública da Ensp Walter Mendes. Foram observados os profissionais de enfermagem durante os processos de preparo e administração de medicamentos por 23 dias, em todas as equipes, todos os turnos (noite e dia) e dias da semana, incluindo fins de semana.

O tema do trabalho foi escolhido pela aluna por ser sua área de atuação. Em sua opinião, a experiência de estar na enfermaria e conviver com os pacientes e seus familiares, com a enfermagem e diversos profissionais mostrou a necessidade do farmacêutico estar mais próximo à realidade, conhecendo suas dificuldades e entendendo a melhor forma de contribuir para a qualidade do cuidado.

“A participação do farmacêutico nos rounds, sua inserção no planejamento e execução de educação permanente em conjunto com a enfermagem, e seu auxílio na elaboração de protocolos para ao preparo e administração podem ser os primeiros passos para a aproximação do profissional com a realidade clínica do paciente”, descreveu a pesquisadora.
Suiane apontou ainda algumas políticas organizacionais que devem ser desenvolvidas, pois o estabelecimento destas são extremamente relevantes para a resolução de problemas que podem afetar a segurança do paciente e são apoiadas em recomendações de diversas instituições importantes na área.

Entre elas: elaboração de protocolos e o monitoramento da utilização de antimicrobianos e a elaboração de recomendações para o preparo e administração de medicamentos; a sensibilização contínua dos profissionais de saúde quanto a notificação de erros de medicação e eventos adversos; a manutenção de profissionais em número suficiente para manter a qualidade dos serviços, evitando a sobrecarga de trabalho; ambientes de preparo mais adequados, minimizando o número de interrupções; o envolvimento dos acompanhantes na terapia medicamentosa; disponibilização de fonte de informação sobre medicamentos para os profissionais; informatização dos rótulos e da prescrição médica com suporte clínico; a presença de um farmacêutico clínico na enfermaria; dentro outras.

Segundo a aluna, este é um dos primeiros estudos a investigar erros de preparo e administração de medicamentos em pacientes pediátricos no Brasil utilizando a técnica da observação sistemática.

Fonte: SaúdeWeb