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Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Plano de saúde pode custar 6 vezes mais para pessoas acima de 60 anos

Empresas terão de reinventar seu modelo de fazer negócios para reduzir custos

No modelo atual de cobrança, os planos de saúde chegam a custar até seis vezes mais para uma pessoa acima de 60 anos.

"Se uma pessoa na primeira faixa [de 0 a 18 anos] adquirir um plano de R$ 100, possivelmente vai chegar à última faixa pagando R$ 600", afirma Arlindo de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge).

"Esta é uma equação complicada, pois é a época da vida em que a pessoa costuma ter menos recursos", diz. Além do mais, a grande maioria dos planos de saúde passou a focar a venda de seus produtos nos planos corporativos, uma vez que os preços de individuais são regulados pelo governo.

Dos mais de 190 milhões de habitantes do país, cerca de 43 milhões utilizam serviços do setor de saúde privado (planos de saúde, seguradoras, cooperativas, autogestão). E, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as pessoas com mais de 60 anos representaram 11% do total de usuários de planos de saúde em 2009. A participação de beneficiários idosos na carteira dos planos de saúde aumentou 4,6% desde 2000, segundo dados da ANS.

O setor de saúde suplementar está atento à mudança no perfil demográfico e às possibilidades comerciais que ele pode gerar.

Mas, para isso, as empresas terão de mudar seu perfil de negócio.

"As operadoras do setor de saúde têm de fazer o mapeamento de sua população para identificar o nicho de pessoas que têm doenças crônicas e fazer o gerenciamento", diz Almeida. As empresas terão de mudar de um atendimento assistencial para um trabalho preventivo, com foco na qualidade de vida. "Em São Paulo, por exemplo, há um plano de saúde focado para idosos", afirma. Trata-se da Prevent Sênior, empresa fundada em 1997, do grupo Sametrade, que atende 115 mil vidas.

Novo modelo De acordo com o Caderno de Informações da Saúde Suplementar de março, um estudo mostra que as despesas assistenciais para o grupo de pessoas acima de 85 anos são três vezes maiores que o gasto per capita do grupo de 65 a 74 anos, e duas vezes maior que do grupo de 75 a 84 anos.

Almeida afirma que medidas da ANS, como o novo rol de procedimentos, começam a levar em conta o envelhecimento da população e a necessidade de redução de custos. "As empresas agora têm de cobrir cirurgias endoscópicas, por exemplo, que permitem recuperação em tempo menor", afirma.

Novas tecnologias, segundo Almeida, também ajudam a prolongar a vida, porém não são acessíveis a todos. "O país ainda precisa investir em questões básicas como saneamento, vacinação, controle de epidemias e boa qualidade de atendimento do SUS [Sistema Único de Saúde]", diz.

Algumas inovações da ciência, se depender de Almeida, não devem ser aplicadas.O mapeamento genético, por exemplo. "Imagine pensar em um plano de saúde que cobre a pessoa pelo tempo de vida previsto em sua análise genética. É absurdo", afirma.

Fonte: Seguro em pauta