Agora, as atenções dos compradores estão voltadas para os hospitais.
Após um forte processo de aquisições envolvendo as operadoras de planos de saúde e os laboratórios de medicina diagnóstica, o mercado de saúde passa por uma terceira fase de consolidação. Agora, as atenções dos compradores estão voltadas para os hospitais.
Somente entre janeiro e maio deste ano, foram concluídas cinco negociações envolvendo hospitais, sendo que a última delas acaba de ser fechada entre a rede DOr e o grupo Pactual. Trata-se de um número representativo levando-se em consideração que durante todo o ano passado ocorreram quatro aquisições. Em 2008, foram oito transações, porém cinco delas foram comandadas por Edson Bueno de Godoy, dono da Amil e de vários outros hospitais.
``Há uma tendência de consolidação de hospitais. É a forma que eles encontraram para ter poder de negociação junto às fontes pagadoras [planos de saúde e laboratórios], que já se uniram e formaram fortes grupos``, disse Henrique Salvador, presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp).
``A entrada do Pactual no DOr é uma demonstração de que os hospitais se tornaram um negócio atraente para investidores``, complementou Salvador.
Ao formar um grupo forte, o hospital tem também mais poder de barganha com os fornecedores de materiais médicos, que representam em média 30% das despesas de um hospital.
Nessa nova onda de consolidação, alguns grupos vêm demonstrando interesse em aquisições. Entre eles, estão a carioca DOr, que acaba de entrar no mercado paulista, o grupo Vitta que pretende fazer três aquisições nos próximos anos, a rede paulista São Luiz que possui caixa de até R$ 800 milhões para expansão, além do empresário Edson Bueno que continua com apetite para compras.
O grupo comprador tem a seu favor um setor extremamente pulverizado, com quase 3 mil hospitais (com fins lucrativos) espalhados pelo país e vários hospitais com endividamentos devido à má gestão e dificuldades de negociar com os planos de saúde. As operadoras são as principais fontes pagadoras e representam cerca de 90% da receita de um hospital.
``A maior parte dos hospitais que chega até a gente tem problemas financeiros, querendo captar recursos``, afirmou Priscila Amaro, gerente-sênior da consultoria PricewaterhouseCoopers. ``Há muitos hospitais carregando passivo por causa de má gestão. Muitos não entendem que hospital cheio não significa rentabilidade``, complementou o consultor especializado em saúde Eduardo Perillo.
O presidente da Anahp lembra que um dos principais problemas do setor é o desperdício de materiais e procedimentos médicos. ``A profissionalização força os hospitais a reduzir custos``, disse Salvador
Fonte: Valor Online
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.