Bruna morreu após parto de irmã do menino em 2008. Equipe foi indiciada por homicídio
Rio - O delegado Carlos Jorge Sodré, da 10ª DP (Botafogo), indiciou por homicídio culposo o médico Nadir Farah e mais quatro profissionais de sua equipe pela morte, em 2008, de Bruna Bianchi, mãe do menino Sean Goldman. A estilista morreu horas depois de dar à luz a filha Chiara, do segundo casamento, com o advogado João Paulo Lins e Silva.
De acordo com o relatório da polícia, há provas “que revelam culpa por parte dos médicos particulares da vítima”. O documento menciona a equipe do médico Nadir Farah. Ainda segundo o delegado, “os médicos não teriam agido de acordo com as normas técnicas preconizadas pela medicina e, portanto, a causa mortis poderia ter sido evitada”.
Silvana Bianchi, mãe de Bruna, vai aguardar a posição do Ministério Público para se pronunciar, mas admitiu que a família ainda guarda revolta pela morte de Bruna. “Ele era meu médico há 40 anos. Colocou a Bruna no mundo, por isso ela confiava tanto nele”, disse.
O sogro de Bruna, o advogado Paulo Lins e Silva, antes do parto, tentou demover a nora da ideia de ser operada por Farah. “Esse mesmo médico fez o parto de minha esposa há mais de 30 anos e minha filha morreu. Achamos que foi uma fatalidade, até porque o bebê era prematuro, mas ele liberou ela do repouso determinado por outros médicos”, contou.
Depois da morte de Bruna, o pai de Sean, de 9 anos, o americano David Goldman, entrou na Justiça pela guarda do menino e conseguiu levá-lo de volta aos Estados Unidos, no fim do ano passado.
O advogado Ricardo Loretti, que representa o médico, não retornou as ligações feitas por O DIA, depois de inúmeros recados deixados em seu escritório. O advogado Alexandre Sigmaringa, que também representa Farah, disse que retornaria a ligação, mas não o fez.
Entenda o caso
A história da luta do americano David Goldman para reaver a guarda do filho mobilizou a opinião pública e o governo americano. O pai de Sean, David Goldman, luta para ter a guarda do filho desde a morte de sua ex-companheira, a brasileira Bruna Bianchi Carneiro.
A briga pela guarda começou em 2004, quando Bruna deixou Goldman para uma suposta viagem de férias de duas semanas com o filho ao Brasil. Ao desembarcar no país, contudo, Bruna telefonou ao marido avisando que o casamento estava acabado e que não voltaria aos Estados Unidos. A partir disso, foi travada uma batalha judicial pela guarda do garoto, na época com 4 anos.
Fonte: O Dia
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- MARCOS COLTRI
- Advogado. Especialista em Direito Médico e Odontológico. Especialista em Direito da Medicina (Coimbra). Mestre em Odontologia Legal. Coordenador da Pós-graduação em Direito Médico e Hospitalar - Escola Paulista de Direito (EPD). Coordenador ajunto do Mestrado em Direito Médico e Odontológico da São Leopoldo Mandic. Preceptor nos programas de Residência Jurídica em Direito Médico e Odontológico (Responsabilidade civil, Processo ético médico/odontológico e Perícia Cível) - ABRADIMED (Academia Brasileira de Direito Médico). Membro do Comitê de Bioética do HCor. Docente convidado da Especialização em Direito da Medicina do Centro de Direito Biomédico - Universidade de Coimbra. Ex-Presidente das Comissões de Direito Médico e de Direito Odontológico da OAB-Santana/SP. Docente convidado em cursos de Especialização em Odontologia Legal. Docente convidado no curso de Perícias e Assessorias Técnicas em Odontologia (FUNDECTO). Docente convidado de cursos de Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. Especialista em Seguro de Responsabilidade Civil Profissional. Diretor da ABRADIMED. Autor da obra: COMENTÁRIOS AO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA.